A língua é uma componente muito importante dos nossos valores culturais, razão pela qual a sua aprendizagem é aconselhável para quem quiser alargar o seu horizonte comunicacional, com vista a explorar no máximo as suas potencialidades.
Usar a sua língua materna na comunicação com a sua audiência ou o seu auditório, como queiramos, permite tocar naquela fibra identitaria, devendo-se evitar, a todo o custo, que seja no sentido de tornar esse aspecto um factor de mobilização e de corporativismos políticos nocivos à unidade e à coesão social.
Ha diversas formas de usar a sua língua materna, ao comunicarmos com os outros, sobretudo no campo político-partidário.
Usa-se “POSITIVAMENTE”, fazendo chegar a mensagem pretendida ao receptor, com a maior facilidade, devido a sua “maitrise” dessa sua língua materna. A isso, chamamos de “USO POSITIVO” da língua materna, o que, contrariamente ao que muitos pensam, os mal-intencionados, é claro, os de sempre, não promove nenhum sentimento de caracter tribalista.
Também a língua materna é usada “NEGATIVAMENTE”, por aqueles que, carecendo de argumentos convincentes, se refugiam no chamamento ao tribalismo, tentando fazer-se de vítima de um determinado status quo, daí a necessidade premente do reforço da vigilância das entidades reguladoras da comunicação política em campanhas eleitorais.
No passado recente, esse uso foi direcionado para “ghettoesar” uma certa comunidade, quando por ignorância os seus promotores pensavam conseguir desse uso negativo um ganho político. Refiro-me ao slogan “ankala idan horema”.
Até certo ponto, esse slogan, se usado com outros fins que não seja de o de “dividir para supostamente melhor mobilizar”, chama à introspecção, mas não é no sentido pretendido por aqueles que estavam em campanha eleitoral no passado recente atrás referido.
Queria-se com isso, sem se dar conta, devido à limitação e a miopia política dos seus promotores, manter uma certa comunidade no continuo
Obscurantismo, por isso é que a resposta foi de uma rejeição total, pois os seus votos não tiveram impacto positivo nos momentos decisivos, porque este povo está bem consciente dos desafios de desenvolvimento que enfrenta e não de se vai deixar arrastar por políticos sem projeto.
A este propósito não posso deixar de me referir as intervenções de dois altos dirigentes do PRS, num encontro na Vila de Encheia, durante o qual, para atingir o maior número dos presentes, embora se possa presumir que quase todos percebem bem o Creolo, usaram a sua língua materna (Brasa) (como também fez há tempos atrás dois dirigentes do MADEM G15, Júlio Balde e Inussa Balde?), de forma aceitável, pois não visaram nenhum outro objetivo que não fosse mobilizar os eleitores para apostarem no projeto do partido di Malú cu Bobó.
O mais desejável era que todos os intervenientes nas assembleias politicas durante as campanhas e não só, nas suas intervenções, pudessem usar prioritariamente o Creolo, porque com uma população quase abandonada à sua sorte, como é possível pensar que todos percebem o Creolo. Por isso é que seria bom que nas comunidades onde a maior parte das pessoas não percebem o Creolo ou percebem mal este nosso Creolo Aportuguesado, que se comunicasse na língua materna, sem que isso seja visto como tribalismo, desde que usados inteligentemente e não no tom do slogan atrás referido.
Com toda a sinceridade, a minha apreciação da realidade política nacional é de que a nossa jovem democracia está com um grande dinamismo, porquanto as energias estão a ser libertadas e investidas positivamente no desafio político para a consecução dos objetivos pretendidos por cada partido político, faltando apenas um cheirinho, o respeito e a consideração pelo próximo, o que às vezes tira valor às mensagens que se veiculam.
ESTAMOS DE PARABENS!
VIVA A GUINENDADI!
Por: Yanick Aerton
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