O Governo da Guiné-Bissau prevê um crescimento de 4,7% do Produto Interno Bruto em 2022, segundo dados hoje divulgados pela direção-geral de Previsão e Estudos Económicos do Ministério das Finanças guineense.
Em nota divulgada à imprensa, o Ministério das Finanças refere as "boas perspetivas", que "são animadoras apesar dos constrangimentos relacionados com o conflito na Ucrânia".
As previsões do FMI, divulgadas na segunda-feira, apontam para um crescimento de 3,5% em 2022 e que a inflação média fique acima dos 7% "à luz do impacto dos crescentes preços do petróleo e bens alimentares, que afetará negativamente os mais vulneráveis".
O FMI prevê também uma ultrapassagem da despesa em 2022, especificamente na massa salarial e um défice orçamental de 5% do Produto Interno Bruto, salientando que a dívida pública representa mais de 80% do PIB.
As previsões do Governo guineense são mais otimistas que as do FMI, mas o Ministério das Finanças salienta que, com as "informações disponíveis, o PIB real crescerá 4,7% em 2022".
As previsões da direção-geral de Previsão e Estudos Económicos sustentam o crescimento nas "contribuições setoriais", que se situam em 1,9% no setor primário, 0,7% no setor secundário e 2,1% no setor terciário.
"Na ótica da despesa, o consumo final crescerá 3,1%, o investimento 14,1% e as exportações líquidas cairão 14,3% em 2022", salienta-se na nota.
A direção-geral de Previsão e Estudos Económicos refere que apesar do esforço no controlo das despesas, receitas e realização de investimento", persistem "limitações estruturais na economia nacional".
Os dados indicam igualmente que as receitas totais, incluindo donativos, aumentarão 14,7% em 2022, para o qual contribuirá também o aumento da receita fiscal de 9,3%, provocado por reformas capazes de "gerar ganhos mais eficientes".
Em relação às despesas, a direção-geral de Previsão e Estudos Económicos perspetiva um "crescimento de 6,9%", com um aumento de 3,4% das despesas correntes, o que revela a "necessidade de reestruturação dos gastos públicos, que possam beneficiar investimentos".
A direção-geral de Previsão e Estudos Económicos avisa que a dívida pública pode agravar-se em 2022, alcançando 73,9% do PIB.
O Comité de Enquadramento Macroeconómico e Orçamental recomendou ao Governo a "consolidação e expansão do controlo fiscal para aumentar a receita e assegurar a gestão da sustentabilidade da dívida pública".
O FMI anunciou na segunda-feira ter chegado a acordo com as autoridades da Guiné-Bissau para negociar um programa de 36 meses no âmbito do mecanismo de Facilidade de Crédito Alargado, no valor de 36,3 milhões de dólares (35,14 milhões de euros).
Conosaba/Lusa
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