O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, disse hoje a cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau vai ser mais ambiciosa e com maior amplitude, referindo-se ao novo programa que está a ser negociado.
"Trata-se agora de reforçar mais a área da educação, de alargar os projetos na área da saúde, que é preciso, designadamente aproveitando a enorme experiência que organizações não-governamentais portuguesas têm, por exemplo, na telemedicina, e na área da justiça corresponder a um pedido expresso das autoridades guineenses de apoiá-los já não apenas na área dos equipamentos, mas, sobretudo, na área da formação", afirmou em entrevista à Lusa Santos Silva, que está em Bissau para participar nas cerimónias de independência do país.
Portugal e a Guiné-Bissau já estão a negociar o novo programa de cooperação para o período entre 2021 e 2025.
O atual programa, orçado em 40 milhões, termina no final do ano, mas o valor efetivamente executado é de quase 60 milhões de euros.
"Vai ser um novo patamar quer do ponto de vista de ambição, quer do ponto de vista da amplitude dos programas de cooperação", salientou.
Questionado sobre se haverá reforço da cooperação técnico-militar, o ministro disse que aquela era tipicamente uma "área de soberania" e que se deve ouvir o país parceiro na identificação das suas prioridades e necessidades.
"Esse é um trabalho que ainda estamos a fazer, mas estou seguro dada a importância na área da defesa na cooperação bilateral, que o Ministério da Defesa Nacional português estará muito atento às propostas apresentadas pelo lado guineense", disse
O ministro destacou também que está em fase final de aprovação um projeto europeu, que será gerido pela cooperação portuguesa, e do qual a Guiné-Bissau também pode beneficiar para aumentar a capacidade das marinhas armadas de países da África Ocidental, nomeadamente na sua capacidade de vigiar as suas águas territoriais e zonas económicas exclusivas.
Sobre as relações económicas entre os dois países, Augusto Santos Silva recordou que Portugal é o primeiro fornecedor de bens para a Guiné-Bissau e o décimo cliente da Guiné-Bissau.
Mas, considerou o ministro, a relação pode ser desenvolvida, tendo em conta a "prioridade e importância" que o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, e o seu Governo têm dado à dimensão económica.
Augusto Santos Silva termina hoje uma visita de trabalho de dois dias à Guiné-Bissau.
Conosaba/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário