quarta-feira, 2 de junho de 2021

Haver vamos!

 

Por: Yanick Aerton

As razões só são conhecidas pelos atores, mas os propósitos são destinados a intoxicar a opinião pública, e de fazer crer de que a procura da liderança de um partido ou do país deve passar a basear-se na pertença deste ou daquele a um grupo étnico, seja ele maioritário ou minoritário.

Na África Monitor Intelligence, de 27 de Maio findo, publicou-se um artigo sobre aquilo que se entende pelos atores ser “aumento de pressão sobre o líder do PAIGC, o Eng. Domingos Simões Pereira”.

Muito sinteticamente, gostaria de chamar a atenção de que o DSP não está sob nenhuma pressão, e está preparado para enfrentar qualquer militante interessado em concorrer a liderança do PAIGC, no seu próximo congresso ordinário, aliás seria salutar que aparecessem candidatos para demonstrar a vitalidade da democracia interna no partido libertador.

Mas que os pretendentes ao trono não se limitem cobarde e subversivamente apenas a se refugiarem nas redes socias, como forma de angariar apoiantes ou de conseguir subscrições que a lado nenhum levam, senão à exposição das duas fraquezas,

Comentar, analisar, avaliar situações, e até especular, é um direito que assiste a todos, desde que não entre no capítulo de violações de direitos.
Mas abordar as questões no ângulo puramente étnico-tribal para tentar conseguir outros fins que não sejam os de unir o povo Guineense, não é de forma alguma concebível.

Não sou advogado do PAIGC e nem tampouco tenho a qualificação técnico-académica para assumir essa função. Mas sim, sou um simples cidadão interessado em ver a união e coesão nacionais reforçarem-se cada vez mais, na perspectiva da construção de uma nação Guineense de que todos os seus filhos se possam orgulhar.

O referido artigo, altamente contraditório, ao falar da “suposta pressão” que o DSP esta a enfrentar, pressa essa que não se sente ao nível dos órgãos do partido, fala do camarada Martinho dafa Cabi, antigo dirigente do partido de “origem Balanta”, actualmente a viver em Portugal, apontado como um dos mais prováveis substitutos na direcção do PAIGC.

De origem Balanta, de origem Balanta. Com que propósito esse termo? Quer dizer que sendo Balanta, o DSP lhe entregaria o PAIGC como se de uma mercadoria se tratasse. “Quand même”, haja seriedade na abordagem de questões como esta.
Convém esclarecer o seguinte:

O camarada Martinho dafa Cabi, não vive em Portugal. Ele encontra-se em Portugal para assistir a esposa que está doente e em tratamento médico;

O camarada Martinho N'dafa Cabi não se revê nessa lógica de políticas étnicas com o propósito de fragilizar a união entre os Guineenses. O camarada Martinho dafa Cabi conviveu mais tempo com os Fulas do que os Balantas. Ele foi educado na casa de uma das mais proeminentes figuras da comunidade muçulmana da Guiné-Bissau, um “Sabio”, falecido Tcherno Mocula Djalo, pai do malogrado Brigadeiro General Mamadu Alfa Djalo;

O camarada Martinho dafa Cabi é um patriota altamente comprometido com o seu povo, militante e dirigente do PAIGC que nunca virou costas ao seu partido, apesar de, o que é absolutamente normal, discordar as vezes com certas actuações, isso no quadro da democracia interna existente naquele partido.

Em nenhum momento o camarada Martinho manifestou a sua intenção de se candidatar a liderança do PAIGC, e só o fez no congresso de Gabu, na altura, ganho pelo ex-PM Carlos Gomes Júnior.

Sem ser o seu advogado, a preocupação do camarada Martinho dafa Cabi neste momento é a de se cuidar da sua esposa para que o seu tratamento corra da melhor forma, de forma a poder regressar ao seu país, para continuar a dar a sua contribuição, como tem sempre feito.

Os problemas do PAIGC serão resolvidos dentro do partido pelos seus militantes e dirigentes, como aliás sempre foi o caso.

Quanto à liderança, quem quiser e se sentir apto a candidatar-se tem as portas abertas, desde que reúna os critérios que certamente serão estabelecidos.
Os políticos Guineense não devem ser vistos me termos étnico-tribais ou de meios económicos, mas sim por aquilo que se pensa poderem oferecer como projectos de desenvolvimento ao pais.

Que um Djalo seja de origem Fula, um Djata de origem Felupe, um Camará de origem Mandinga, de Imbunde, de origem Balanta, não interessa aos Guineenses. O Guineense não vota com base em considerações étnicas, senão o candidato do PAIGC não teria conseguido na segunda volta das eleições presidenciais de 2019, quase o mesmo número de votos que conseguiu nas duas províncias do Leste, habitadas maioritariamente por membros da etnia Fula e de confissão islâmica.

Portanto, que cesse essa tentativa, a partida frustrada, de associar o camarada Martinho dafa Cabi a uma filosofia que nunca vai abraçar, porque ele é um Cabralista profundamente convicto, e foi bem formado ideologicamente no partido de Cabral.

Das chuvas, tirem os cavalinhos, porque o LANTE-DAN não vai cair nessa cilada mal pensada e mal montada.

Dia cu Martinho, cu si nome na comunidade Fula i Tcherno Mocula, misti candidata, mesmo ki pá presidenciais, Ina fácil Dídia wan, cu dinheiro ou sim dinheiro, cu fadi pá liderança di si partido.

PEACE AND LOVE!

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