Bissau, 01 jun 21 (ANG) – A Alta Comissária para a Covid-19 afirmou que durante o confinamento por causa da Covid-19 aumentaram o casamento precoce, a mutilação genital feminina e várias outras formas de violência contra as crianças, meninas e raparigas.
Magda Nely Robalo falava esta terça-feira ao presidir a cerimónia da celebração do Dia Internacional das Crianças, 1 de Junho e da inauguração da quinzena africana da criança 2021 , que decorre sob o lema: “30 anos após a adopção da carta africana dos direitos e bem-estar da criança: aceleremos a implementação da agenda 2040 para uma África digna das crianças”, organizada pelas associações defensoras dos direitos das crianças, meninas e mulheres.
“Sabemos que houve um aumento significativo do número de crianças que vieram pedir acolhimento no centro da AMIC, o que representa uma prova cabal do impacto negativo que a Covid-19 teve e que o confinamento e outras medidas relativas a prevenção da pandemia tiveram nas crianças, sobretudo nas meninas”, frisou Magda Robalo.
Disse que o mundo, em particular o país, está a viver um tempo especial o da pandemia, que tem afetado, de forma negativa, e com impacto negativo sobretudo sobre as crianças.
Acrescentou que os mais velhos têm que pensar nas crianças para poder ter uma sociedade mais justa, saudável e próspera no futuro.
Magda Nely afirmou ainda que, para além da pandemia, o país está a viver um período difícil onde as escolas estão encerradas, centros de saúdes e hospitais em períodos de greves já há vários meses, o que para ela, afeta também a saúde, a educação e desenvolvimento das crianças.
“Não podemos desistir de sonhar por uma Guiné-Bissau onde as crianças possam ser felizes todos os dias e em que não haja trabalho infantil. Temos que continuar a sonhar que a Guiné-Bissau possa ser um espaço físico, geográfico, mas também jurídico, social e económico, onde as nossas crianças possam crescer saudáveis para que possam ser adultos responsáveis que vão aplicar a justiça de maneira séria e zelar pela equidade do género”, salientou.
Por sua vez, Fátima Proença, em nome da Casa dos Direitos, elogiou o trabalho feito pela AMIC, justificando que tem sido uma referência de redes das organizações que trabalham com situações de crianças em riscos de exclusão e vulnerabilidade.
Segundo Proença, a AMIC tem sido um exemplo não só para a Guiné-Bissau como também para todos os países da língua oficial portuguesa, nomeadamente, Timor-Leste e Brasil.
Assistiram ao ato os representantes da Plan Guiné-Bissau, da Organização Internacional para Migração (OIM),e do Instituto da Mulher e Criança (IMC).
Conosaba/ANG/DMG//SG
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