terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Confrontos sobre posse de campos de cultivo do arroz causam quatro mortos na Guiné-Bissau

O secretário de Estado da Ordem Pública da Guiné-Bissau, Mário Fambé, confirmou hoje à Lusa que quatro pessoas morreram na sequência de confrontos entre camponeses de duas aldeias em Nhoma, a 25 quilómetros de Bissau.
Os camponeses das aldeias de Yunkun e Thun disputam há vários anos a posse das `bolanhas`, campos de cultivo do arroz (base da dieta alimentar dos guineenses), e hoje desentenderam-se ao ponto de entrarem em confrontos violentos.

O secretário de Estado da Ordem Pública disse ter neste momento nas duas comunidades cerca de 70 agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e outros tantos da Guarda Nacional.

Vários ministros do Governo deslocaram-se ao local dos confrontos para tentar "chamar à razão e apaziguar os ânimos", declarou Mário Fambé, que lamenta as quatro mortes e vários feridos.

O secretário de Estado confirmou a detenção de "várias pessoas" envolvidas nos confrontos bem como os autores morais do incidente. Os detidos foram transferidos para a 2.ª Esquadra em Bissau.

Mário Fambé explicou que o Governo propôs, em setembro, que as duas comunidades abandonassem as disputas, que aguardassem por uma solução definitiva sobre a posse das `bolanhas` em litígio, mas de forma surpreendente hoje entraram em confronto.
Pelo menos dois polícias ficaram gravemente feridos nos confrontos, assinalou Fambé.

Ao tomar conhecimento dos confrontos em Nhoma, a bancada parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das eleições legislativas de março do ano passado, mas atualmente na oposição, abandonou a sessão no hemiciclo.

O líder da bancada parlamentar do PAIGC, Califa Seidi, explicou que os seus deputados não podiam continuar na sessão "enquanto pessoas estão a morrer em resultado de confrontos por posse de terra".

Conosaba/Lusa





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