sábado, 23 de julho de 2016

ENTRADA DA GUINÉ EQUATORIAL NA CPLP FOI MOMENTO DE ROTURA - DOMINGOS SIMÕES PEREIRA


Foto arquivo

A entrada da Guiné Equatorial em 2014 na Comunidade de Países de Língua Portuguesa foi um momento de rotura, indispensável para a organização avaliar se está no sentido do progresso ou não, defende o ex-secretário-executivo Domingos Simões Pereira.

Bissau, 23 jul (Lusa) - Secretário executivo da organização entre 2008 e 2012, Simões Pereira considera que organizações como a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) "funcionam por roturas". 


"Temos que ousar fazer ruturas para podermos constatar avanços ou recuos", destaca -- e classifica a adesão da Guiné-Equatorial como um desses momentos de rutura. 

"Se mantivermos sempre o 'status quo' e não enfrentarmos desafios que nos obriguem a revisitar os nossos princípios e os conceitos que justificaram o início da nossa existência, não termos condições de poder avaliar se estamos no sentido do progresso ou não", sublinha. 

O balanço preliminar dá sinais positivos, mas o antigo líder da CPLP refere que só com uma "avaliação contínua" se saberá se a CPLP está a dar "passos positivos" em matéria de direitos humanos, disseminação do Português e da cultura lusófona com a adesão do novo membro. 

No plano dos direitos humanos, Simões Pereira refere que a Guiné Equatorial está a registar "avanços", após dois anos como membro da (CPLP), refere o ex-secretário executivo da organização. 

Domingos Simões Pereira, que ocupou o cargo entre 2008 e 2012, discutiu este dossiê sensível com o Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang. 

"Enquanto secretário-executivo da CPLP, conduzi uma missão à Guiné-Equatorial" e o objetivo era "partilhar com o Presidente", Teodoro Obiang, que "uma das dificuldades que a organização tinha em aceitar o país, era porque todos os membros da CPLP já eram subscritores da carta das Nações Unidas para abolição da pena de morte", salienta. 

Seguiram-se compromissos por parte do chefe de Estado equato-guineense e o anúncio da abolição da pena capital foi feito em março deste ano. 

Domingos Simões Pereira não voltou àquele país, mas faz um balanço positivo do que acompanha, a partir de Bissau. 

"Tenho mais registos de gente que visita a Guiné-Equatorial e tenho mais acesso a informação do que lá se vai passando", realça. 

Apesar de considerar que "ainda há um espaço grande de progressão", acredita que "já houve alguns avanços nos vários domínios, nomeadamente nesse dos direitos humanos". 

Lusa/Conosaba

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