Estes últimos dias foram marcados pelas manifestações de protesto contra o adiamento das presidenciais para o dia 15 de Dezembro, quando inicialmente estavam previstas para o dia 25 de Fevereiro. A repressão das marchas resultou em 3 jovens mortos, o que levou a comunidade internacional a uma vez mais apelar à contenção.
Nesta segunda-feira, os professores de oito universidades públicas do Senegal observaram uma greve com uma forte adesão para protestar contra morte de 3 jovens, em particular um estudante da universidade de Saint-Louis (no norte), nas manifestações que têm ocorrido nestes últimos dias contra a decisão anunciada por Macky Sall de adiar as presidenciais.
O sindicato autónomo dos professores do ensino superior, o principal sindicato do sector, exigiu em comunicado que seja "feita a luz" sobre o sucedido.
No mesmo sentido, a oposição expressou a sua indignação e denunciou as "derivas" do poder, sendo que a sociedade civil apelou, por sua vez, a uma nova mobilização amanhã.
Perante esta situação, o Parlamento da CEDEAO anunciou o envio de uma missão diplomática que vai avistar-se até quarta-feira com os responsáveis senegaleses, personalidades políticas e representantes da sociedade civil.
Também preocupada, a embaixada dos Estados Unidos no Senegal exortou, nas redes sociais, "as partes a actuar de forma pacífica e contida" e apelou o Presidente Macky Sall "a restabelecer o calendário eleitoral, a restaurar a confiança e apaziguar a situação". Por seu turno, a União Europeia lançou um apelo para que "as autoridades garantam as liberdades fundamentais" no país.
A União Europeia anunciou por outro lado esta segunda-feira o regresso dos 32 observadores que tinha destacado desde o começo do mês no país, dada a "incerteza do calendário eleitoral".
No total, mais de 130 observadores oriundos dos 27 estados-membros, da Suíça, da Noruega e do Canadá, deviam deslocar-se até ao Senegal por ocasião das presidenciais inicialmente previstas no final deste mês.
Por: Liliana Henriques
Conosaba/rfi.fr/pt
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