terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

ALTOS DIRIGENTES ACUSAM O PRESIDENTE DO PRS DE TER DESVIADO 78 MILHÕES DE FCFA DA RENDA DA SEDE


Altos dirigentes do Partido da Renovação Social (PRS) acusaram esta terça-feira, 6 de fevereiro de 2024, o presidente em exercício do partido, de ter desviado 78 milhões de Francos CFA oferecidos para o pagamento da renda da sede nacional situada na avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria.

“Após a assinatura do acordo de incidência parlamentar e governativa com a Coligação – “PAI – Terra Ranka”, recebeu da Coligação um valor de 30 milhões de fcfa para adiantar o pagamento da dívida da renda da sede e depois entregaram mais 25 milhões de fcfa, como também recebeu de um dirigente do partido o valor de 23 milhões de fcfa para o pagamento da renda totalizando 78 milhões de fcfa para pagar o contrato de arrendamento da sede nacional, mas não o fez até ao ponto de termos sido expulsos da sede”, revelou João Roberto Metcha, que falou em nome dos altos dirigentes dos renovadores que estão de costas viradas a direção do partido liderado por Fernando Dias da Costa.

Os dirigentes do partido do milho e arroz reagiram a declaração do presidente em exercício no domingo passado, que lhes chamou de “pessoas compradas para fazer um trabalho”, depois de uma visita efetuada a residência do Coordenador Nacional do MADEM, BraimaCamará, para manifestar solidariedade devido a detenção de 12 dirigente daquela formação política.

Roberto Metcha disse aos jornalistas que a direção de Fernando Dias da Costa recebeu estas somas de dinheiro para pagar uma dívida de dez meses do arrendamento da sede, mas não o fez, por isso questionam e pedem uma explicação sobre o uso do dinheiro doado para o aludido fim.
“Sabemos que o governo da coligação desembolsa em cada mês uma soma de dez milhões de francos cfa para o funcionamento do PRS e durante os três meses de exercício deste governo, foram 30 milhões de FCFA enviados ao partido. Mesmo assim, a direção de Fernando Dias da Costa não pagou a dívida em atraso, razão pela qual a proprietária decidiu colocar cadeados nas portas”, disse, acrescentando que depois desta reação da proprietária houve um parceiro que decidiu ajudar o partido para liquidar a dívida, mas sem no entanto, avançar com pormenores sobre o valor doado pelo este parecer e os meses da dívida pago.

“Onde é que foram essas somas colossais doadas para o pagamento da renda da sede? Quem está a fazer o trabalho de alguém?”, questionou, assegurando que o presidente em exercício decidiu unilateralmente e sem mesmo consultar os órgãos do partido retirar os materiais da sede, entregando a casa á proprietária.

“Os materiais de escritório foram levados para a sede histórica do partido no bairro de Cundock, que também é uma casa alugada. Sabemos que o Fernando Dias quer fazer algumas obras naquela casa e sobretudo um salão grande de reuniões, mas o proprietário recusou”, revelou.

O político revelou ainda que o partido tinha dez meses de atraso da dívida que correspondem no total 25 milhões de francos cfa, afirmando que cada mês o partido pagava um valor de dois milhões de fcfa de renda.

João Roberto Metcha disse que os altos dirigentes estão a exigir apenas a realização do congresso para eleger novos órgãos, tendo frisado que na verdade, quem está a fazer o trabalho do terceiro é o presidente Fernando Dias da Costa, sustentando que este (Dias) assinou vários acordos, entre os quais com a Coligação PAI – Terra Ranka e antes que esse acordo tivesse sido denunciado pelos órgãos competentes do partido, ele foi assinar outro com a Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

Metcha revelou, na ocasião, que a direção dos renovadores está a preparar-se para assinar outro acordo com o Movimento para a Alternância Democrática – Grupo 15 (MADEM-g 15), que segundo ele, “isso para nós é demais”.

“Quando, depois de terem assinado o acordo com a APU-PDGB convocaram um comício em Bissorã para informar os militantes e dirigentes sobre acordo assinado com aquela formação política. O discurso proferido por Dias em Bissorã foi um discurso de violência que envergonhou todos os guineenses no país e na diáspora. Nós que estamos a exigir a sua direção a realização do congresso, escolhemos viver em paz e não a morte, porque entendemos que só Fernando Dias é que escolheu a morte. 

Queremos apelar aqui a um diálogo interno à direção de Fernando Dias da Costa e a marcação de um congresso extraordinário para que o PRS possa participar nas próximas eleições, porque se não, corremos o risco de ver o nosso grande partido não participar nas eleições tendo em conta a caducidade da sua interinidade”, disse.

Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb

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