quinta-feira, 16 de novembro de 2023

RECÉM-FORMADOS DENUNCIAM CORRUPÇÃO E ROUBO NA ORDEM DOS ENFERMEIROS

O Coletivo dos Enfermeiros Recém-formados denunciou esta quarta-feira, 15 de novembro de 2023, que foi criado um sistema de roubo e corrupção na sede da Ordem dos Enfermeiros da Guiné-Bissau. A denúncia foi tornada pública pelo coordenador do Coletivo de Enfermeiros recém-formados, Jorge Marcelino N’bunhe, em conferência para dar ponto de situação, entre outros pontos, o rescaldo do primeiro exame de acesso à profissão feito pela Ordem dos Enfermeiros.

O coordenador do Coletivo destacou também o papel do ministério de saúde pública e suas responsabilidades, transparência, consideração e igualdade no processo de atribuição da carteira profissional aos enfermeiros, tendo assumido que os enfermeiros vão engajar-se para acabar com o roubo dentro da Ordem.

Segundo a explicação do Coordenador do Coletivo, para realizar o exame de acesso à carteira profissional, os enfermeiros são obrigados a pagar um montante de dez mil francos e para quem já fez o exame e ficou aprovado paga um total de cinquenta mil francos CFA, sem nenhuma justificação suficiente de alteração do preço de 25.000 mil para 50.000.

“A transparência no processo de exames e na atribuição da carteira profissional é praticamente inexistente, porque o acesso à carteira profissional custava apenas vinte e cinco mil francos CFA”, criticou.

Jorge Marcelino N’bunhe diz estar preocupado com a introdução do processo de exames de acesso à profissão e, consequentemente, a novas cobranças, porque os exames são cobrados dez mil francos CFA, sem possibilidade de reclamação dos resultados, mesmo se não concordar”.

O coordenador do coletivo informou que recorreram ao ministro de Saúde Pública, mostraram propostas, mas até ao momento não têm nenhuma resposta do ministro.

Afirmou que tanto o ministro como o governo têm a responsabilidade nessa situação, porque “ a Ordem dos Enfermeiros decidiu proceder assim porque tem aval do governo, em particular do ministério da Saúde Publica”.

“Essa situação colocou em risco muitos técnicos, sobretudo os recém-formados das Universidades Lusófona da Guiné, diplomados no dia 13 de outubro deste ano, quando o prazo de inscrição para os exames de acesso à profissão na Ordem tinha terminado a 10 do mesmo mês. O critério exigia documentos como cópia de Certificado, Diploma, entre outros”, assinalou, questionando se a Ordem dos Enfermeiros está lá para ajudar a regularizar e defender a classe ou para fazer rendimento financeiro como se fosse uma empresa.

O sindicalista aconselhou os colegas a serem vigilantes e procurarem entender bem as coisas antes aderirem à uma organização e chamou atenção ao ministro de saúde a assumir as suas responsabilidades, alertando os colegas que já se inscreveram para o segundo exame a boicotarem os exames, porque “não há transparência “.

Jorge pediu à Ordem no sentido de mudar o procedimento, incluindo a alteração do preço de cobrança de exames de acesso à profissão e avisou que, caso a situação não seja resolvida, realizarão vigílias em frente à sede da Ordem dos Enfermeiros e do Ministério da Saúde.

“Se a atual Ordem decidir continuar com esse procedimento, o país terá nova Ordem dos Enfermeiros, a Ordem Democrata da Guiné-Bissau”, anunciou.

Por: Carolina Djemé
Conosaba/odemocratagb

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