A Guiné-Bissau e o Senegal deram início esta terça-feira, 17 de Novembro, em Dacar, no Senegal, a conversações para a criação de uma comissão mista que vai rever os marcos da fronteira terrestre e delimitar a fronteira marítima entre os dois países.
O ministro guineense da Administração Territorial, José António Almeida, chefia a delegação de Bissau, que ontem viu o parlamento aprovar os trabalhos sobre as fronteiras com o Senegal.
O Parlamento guineense deu a sua anuência para a criação da comissão que está reunida em Dacar, no Senegal.
A comissão mista vai discutir os marcos da fronteira terrestre e confirmar se as placas das fronteiras terrestres, instaladas por Portugal e França, ainda estão nos mesmos lugares.
Há relatos de que em várias localidades da parte guineense foram construídas casas nos marcos da fronteira. O colonialismo tinha deixado mais de 100 placas a assinalar a fronteira terrestre entre a Guiné-Bissau e o Senegal e cerca de 90 placas entre a Guiné-Bissau e a Guiné-Conacri. Algumas dessas placas foram arrancadas, relatam populares.
A comissão mista entre a Guiné-Bissau e o Senegal vai, ainda, analisar os marcos da fronteira marítima que nunca existiram, de acordo com fontes do governo guineense.
A criação da comissão entre a Guiné-Bissau e o Senegal, ao exemplo da já existente com a Guiné-Conacri, faz parte de uma recomendação da União Africana, que pediu a todos os países fronteiriços para que analisem os marcos deixados pelo colonialismo.
A União Africana quer evitar que a questão das fronteiras possa ser foco de conflito entre países. Disputas fronteiriças motivaram altercações armadas entre a Guiné-Bissau e o Senegal em 1992, por causa da localidade guineense de Sucudjake.
Por: Mussá Baldé com Conosaba
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