quinta-feira, 2 de novembro de 2023

MINISTRO DOS RECURSOS NATURAIS DIZ QUE A BARRAGEM DE SALTINHO É UM SONHO NACIONAL

O ministro dos Recursos Naturais, Hotna Cufuk Na Doha, afirmou esta quarta-feira que a construção e a concretização do projeto da barragem de Saltinho “é um sonho nacional” e disse estar convencido que desta vez será para realizar o sonho de longa data de todo o povo da Guiné-Bissau.

O ministro dos Recursos Naturais fez essa observação esta quarta-feira, 01 de novembro de 2023, na abertura do ateliê de dois dias (1 e 2) depois da abertura do atelier de validação do relatório do anteprojeto detalhado APD e estudo do impacto ambiental e social do projeto aproveitamento hidroelétrico de saltinho, no qual realçou que com a construção da barragem de saltinho o país pode beneficiar de energia viável, barata e limpa.

Durante dois dias serão validados três documentos, nomeadamente o Estudo do Impacto Ambiental e Social, o Anteprojeto Detalhado do Aproveitamento Hidroelétrico da Barragem de Saltinho e o projeto da eletrificação das zonas rurais que têm interconexão com essa linha.

No seu discurso, Hotna Cufuk Na Doha lamentou que o Saltinho tenha beneficiado de vários estudos há décadas, sem que infelizmente tenham sido traduzidos a uma realização concreta, sobretudo numa altura em que a Guiné-Bissau se depara com “uma escassez crónica“ de fornecimento da energia elétrica, que muitas vezes obriga o país a recorrer a fontes de produção custosas e inadequadas de ponto de vista ambiental.

“Não se trata apenas de eletrificar os grandes centros urbanos, mas todas as tabancas. A partir da aprovação destes projetos, poderemos colocá-los à disposição de doadores e financiadores para que possam desbloquear, quanto antes, o dinheiro. Estou convencido que, embora o projeto de Saltinho se enquadre no âmbito sub-regional da OMVG, dado o seu impacto ambiental a nível nacional, uma grande atenção será dada à Guiné-Bissau em termos de repartição da produção da barragem”, informou.

Agradeceu ao BAD e à ONUDI pela sua assistência que permitiu financiar estes estudos que “são essenciais para a implementação dos mesmos”, defendendo que na sequência do acesso precário à eletricidade na Guiné-Bissau e no espaço OMVG é preciso que os parceiros técnicos e financeiros continuem a ajudar o país na concretização dos seus projetos, especialmente com o financiamento concessional, “se possível, as doações seriam bem-vindas”.

Anunciou que as autoridades estão a trabalhar para ter a energia da OMVG ainda este ano e que o desejo dos chefes de Estado dos países membros inaugurem a energia da OMVG.

“Temos informações de que serão realizadas duas reuniões, uma de chefes de Estado da CEDEAO e outra dos chefes de Estado da OMVG. Estamos neste momento a fazer contactos para ver como está a agenda dos chefes de Estado, para que possamos agendar a inauguração para dezembro deste ano. Se falhar em dezembro, no mês de janeiro de 2024 teremos a energia da OMVG, em Bissau que já tem estruturas”, assegurou.

Questionado sobre o que terá falhado no processo de indemnização das pessoas cujas plantações foram atingidas com a implementação do projeto, Hotna Cufuk Na Doha afirmou que nada falhou e assegurou que os trabalhos preliminares estão a ser feitos para que as vítimas possam receber as suas indemnizações.

O ministro dos recursos naturais anunciou que já foram criadas as comissões interinstitucionais para a confirmação das localidades atingidas pelos cabos de alta tensão da organização para valorização do rio Gâmbia, OMVG, que integra os ministérios dos recursos naturais, do ambiente, da justiça, da agricultura, as forças de segurança e o Ministério Público.

“Depois da apresentação dos relatórios, estaremos em condições, com o nosso parceiro Banco Mundial de pagar toda a gente. Neste mês de novembro estaremos a recolher informações de como estão os terrenos húmidos para que possamos deslocar as nossas equipas para a conclusão dos trabalhos”, disse.

Por sua vez, o secretário geral da organização para valorização do rio Gâmbia, Daouda Samba Sow, disse que o projeto de aproveitamento hidroelétrico de saltinho contribuirá para a redução da pobreza no espaço da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

Por: Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb

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