Cerca de duas mil pessoas, maioritariamente funcionários públicos dos setores da Saúde e da Educação, protestaram hoje em Bissau, Guiné-Bissau, contra o Governo, que decidiu suspender os novos ingressos naqueles dois setores.
"O nosso trabalho é salvar vida, mandaram-nos para casa. É atentado às vidas humanas", podia ler-se em uma das várias faixas empunhadas pelos manifestantes, que marcharam entre a sede do Banco Central da África Ocidental (BCEAO) e o Palácio do Governo.
O protesto foi organizado por quatro sindicatos, dois do setor da Saúde e dois do setor da Educação, agora denominados Frente Social. Os quatro sindicatos são filiados da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau, principal central sindical do país.
Além da polémica suspensão dos novos ingressos nos setores da Saúde e Educação, os manifestantes protestaram também contra o aumento do custo de vida, os subsídios milionários dos políticos, falta de pagamento de salários e abuso de poder.
Em declarações aos jornalistas, Yoyo João Correia, presidente do Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins da Guiné-Bissau, disse esperar chegar a um acordo com o Governo antes da greve marcada para os setores entre 10 e 14 de outubro.
"Somos todos guineenses e o que queremos é o melhor para a Guiné-Bissau e todos devemos fazer um esforço para chegar a um consenso. Esta marcha é uma forma de fazer pressão para chegarmos a um consenso antes da greve", afirmou Yoyo João Correia, no final de um encontro no Palácio do Governo com o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares, Florentino Fernando Dias.
O responsável disse que a Frente Social não está interessada em "chegar à greve nos setores da saúde e educação por causa das consequências" e que o Governo vai "fazer diligências e negociações sérias para chegarmos a um consenso".
A Frente Social reivindica exige também o cumprimento do estatuto da carreira docente, a aprovação da carreira dos profissionais de saúde, efetivações e pagamento de dívidas e o respeito da lei no acesso à Função Pública.
Segundo Yoyo João Correia, os governantes devem ser os primeiros a cumprir regras de contratação, salientando que fazem nomeações de pessoas, que depois são contratadas e integradas nos quadros da Função Pública, com salários e subsídios altos, que podiam servir para pagar a milhares de jovens.
Conosaba/Lusa
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