quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Dia internacional da paz: EMBAIXADORA LIZIDÓRIA DESAFIA JOVENS A REFLETIREM SOBRE O CURSO DA GOVERNANÇA NO PAÍS

A Embaixadora de Paz na Guiné-Bissau, Lizidória Mendes, afirmou esta terça-feira, 20 de setembro, que é chegada a hora de os jovens começarem a refletir sobre o curso da governação do país, desafiando à “quem tem vocação para servir” que se prepare para concorrer ao cargo de deputado, porque só assim poderemos fazer as mudanças que tanto reclamamos”.

Lizidória Mendes falava à imprensa, no final de uma marcha de paz realizada esta terça-feira, 20 de setembro, em Bissau, por ocasião da celebração do dia internacional da paz, que se assinala a 21 de setembro, este ano sob o lema “Acabar com o racismo, construir a paz”.

A embaixadora afirmou ainda que não há paz no país, porquanto as pessoas estão a morrer nos hospitais, a morrer de fome e porque não há escola e emprego para a juventude, acrescentando que, quando não há escola, o país tende a produzir delinquentes e as jovens mulheres toleram o assédio e deixam-se “tocar” para terem o pequeno almoço.

Por isso, diz esperar que a XIª Legislatura seja constituída maioritariamente pela juventude, de forma a provocar a mudança de que o país tanto precisa.

Lizidória Mendes lembrou que na Guiné-Bissau, algumas famílias vivem diariamente com menos de 1000 xof (mil francos cfas), tendo afirmado que muitas mulheres vendem legumes no mercado de Bandim para poderem ter de comer. Desafiou a sociedade guineense a trabalhar para inverter esta situação, reivindicando com “luvas brancas”, tornando os seus bairros numa república, através de ações de voluntariado, sobretudo limpezas.

“A construção da cidadania deve partir primeiro por um processo individual para depois passar por um processo coletivo. Por isso, apelo a todos os guineenses a começarem a fazer uma reflexão sobre a importância da paz” disse, afirmando que a atual conjuntura permite que as pessoas acedam a lugares cimeiros, mesmo não estando preparadas.

Por sua vez, o presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil, Fodé Caramba Sanhá, disse que a construção da paz não é só uma responsabilidade dos partidos políticos, mas também é uma responsabilidade de todos os cidadãos.

Convidou os guineenses a serem embaixadores da paz, de forma a poderem acabar com os conflitos entre os órgãos de soberania, entre os sindicatos e entre as organizações da sociedade civil, esperando que, doravante, cada guineense seja uma referência da paz no país.

Presente na marcha, o ministro da Juventude, Cultura e Desportos, Augusto Gomes, reconheceu que a paz é um bem comum que deve ser conservado para o desenvolvimento do país, defendendo a valorização do Homem guineense e a sua cultura.

Augusto Gomes apelou não só a camada juvenil a trabalhar na qualificação do Homem novo para que este tenha o conhecimento científico, através de uma educação de qualidade, mas também a cada guineense a provocar uma mudança global no processo de governação do país, começando dentro da sua casa.

Por: Noemi Nhanguan/ Tiago Seide
Foto: TS
Conosaba/odemocratagb

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