Mensagem do Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, aluviso ao 49º aniversário da independência do País
O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, desafiou os guineenses a uma reflexão crítica sobre o caminho já percorrido, a medirem os sucessos alcançados e aprenderem com os erros cometidos. Advertiu, neste particular, que “é preciso saber construir uma visão ambiciosa do futuro que queremos ter, mas realista e concentrarmos os nossos esforços para a sua concretização”.
O Chefe de Estado lançou este desafio na tradicional mensagem à Nação por ocasião da celebração da festa da independência, que se assinala a 24 de setembro. A Guiné-Bissau proclamou unilateralmente a independência a 24 de setembro de 1973, pela voz do comandante, João Bernardo Vieira, depois de 11 anos de luta armada contra as forças portuguesas.
Embaló assegurou que para enfrentar os problemas e os atrasos do país, exige-se primeiramente a reabilitação do próprio Estado, sobretudo a sua soberania e credibilidade internacional, tendo realçado os feitos no setor desportivo.
Eis na íntegra o discurso do Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló:
Guineenses,
Celebramos hoje, 24 de setembro, o Dia da nossa Independência.
Foi pela voz do Comandante João Bernardo Vieira (Nino), que a Assembleia Nacional Popular, reunida na sua primeira sessão, proclamou solenemente o Estado da Guiné-Bissau.
Saudamos a todos os guineenses, os residentes e todos os outros que nas muitas diásporas espalhadas pelo mundo, estão a comemorar o nosso Dia Nacional, irmanados pelo sempre renovado sentimento de pertença e de autoestima nacional.
Caros Compatriotas,
Na celebração do “24 de Setembro”, tem de haver sempre um momento de reflexão. Convido a todos – o Governo e a sociedade civil, os partidos políticos e os quadros guineenses em geral – a fazerem este exercício de reflexão sobre os 49 anos do Estado guineense.
Na verdade, vale a pena lançarmos um olhar crítico sobre o caminho que já foi percorrido. Medir os sucessos que foram alcançados, e aprender com os erros cometidos. Sobretudo temos de saber construir uma visão ambiciosa, mas realista do FUTURO QUE QUEREMOS TER, e concentrar os nossos esforços na sua concretização.
Fidjus di Guiné,
Enfrentar e começar a resolver problemas e atrasos que o nosso País acumulou, exigia, primeiro, que, fosse reabilitado o próprio Estado: na sua soberania e credibilidade internacional. Na sua capacidade de falar e de ser ouvido. Enfim, na imagem que devia voltar a transmitir no seio da comunidade das Nações.
Nesta perspetiva, seguir a via de uma diplomacia realista e ambiciosa era crucial para reposicionar o Estado guineense no respeito pela sua soberania e pelas suas instituições legítimas.
Em pouco mais de dois anos de mandato presidencial, a Guiné-Bissau conseguiu fazer um percurso internacional notável. De facto, nós restauramos plenamente a imagem do nosso País em África, e no conjunto da comunidade internacional.
Guineenses,
Paralelamente aos esforços da nossa diplomacia, cedo começou a concretizar-se uma ampla e diversificada programação do Governo para mudar o nosso País no bom sentido. Passo a referir-me apenas a algumas realizações a título de exemplo, mas que representam tendências robustas de um futuro já em construção.
Num setor verdadeiramente estratégico como é o setor da ENERGIA, a Guiné-Bissau vai conhecer, dentro de poucos meses, um salto qualitativo de largo alcance. A Rede Elétrica sub-regional que vai concretizar o “Projeto Energia da OMVG”, é uma obra ímpar. As suas implicações no tecido económico e social do nosso País serão estruturantes.
A recente crise no mercado internacional da energia, desencadeou um processo inflacionário global. Esta chamada “crise da inflação” desestabilizou os cenários macroeconómicos de muitos países e, na verdade, a Guiné-Bissau não poderia ser exceção.
O Governo, por via de medidas fiscais, está a perder parte de receitas que deveria arrecadar, procurando, assim, na medida do possível, regular os preços dos produtos alimentares de primeiras necessidades, bem como o custo de serviços que são essenciais para o dia-a-dia dos guineenses.
Para além dessas medidas fiscais do Governo, espera-se que a intensificação da produção agrícola de alimentos pelas próprias famílias, contribua para atenuar o impacto social da inflação no mercado de produtos alimentares.
Compatriotas,
Na área dos Desportos, queria destacar a nossa Seleção Nacional de Futebol “Djurtus”, pelo seu desempenho desportivo e pela alegria que têm dado aos guineenses. Na Luta Livre, os nossos atletas conquistaram duas medalhas de Ouro no Campeonato de África. Na modalidade de Boxe Francês, os pugilistas guineenses ganharam seis medalhas de Ouro. A todos eles, transmito o reconhecimento do Povo Guineense e muitos parabéns.
Na área das Tecnologia e do Empreendedorismo Jovem merecem uma saudação muito especial, jovens guineenses distinguidos com prémios internacionais, e que honram toda a juventude guineense.
A todos, os meus parabéns.
Viva FIDJUS di Guiné
Viva a Guiné-Bissau.
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