Os populares da aldeia de Wigan na linha da fronteira norte entre o Senegal e a Guiné-Bissau a refugiaram-se para a tabanca de Nhambalam no interior do território do país, por causa de ataques de aviões e morteiros do exército senegalês contra as posições (base) de uma das facções de rebeldes do Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC), liderado por Comandante César Atoute Badiate.
O Comando da zona sul do exército senegalês iniciou uma operação “limpeza” desde o passado dia 24 de maio de 2021, visando retirar os rebeldes daquela zona e permitir o regresso das populações nas suas terras abandonadas durante décadas por causa do conflito.
O Democrata soube, através de um jornalista da rádio comunitária de Ingoré, que os ataques do exército do governo senegalês intensificaram nos últimos dias e que os populares das aldeias da Guiné-Bissau situada na linha da fronteira confirmaram sons de tiros de armas pesadas e de aviões durante a noite. Fato também confirmado a O Democrata por uma fonte junto do Comando da Guarda Nacional da zona norte.
Em conversa por telefone, a fonte contou que o exército senegalês usa morteiros, canhões e aviões para bombardear as bases do grupo de rebeldes.
“Os ataques estão a decorrer neste momento dentro do território do Senegal e estão em confronto direto, ou seja, infantaria entre exército senegalês e elementos de rebeldes, inclusive ouve-se tiros de obuses de bazuca. Por isso que as populações da aldeia junto da linha de fronteira estão a correr por medo de serem atingidas por uma bala”, contou a nossa fonte que pediu o anonimato.
O alto oficial do Comando da Guarda Nacional da zona norte explicou que foram colocados homens junto da linha da fronteira com o Senegal, com o propósito de proteger a população guineense. Frisou que reforçaram os homens na linha da fronteira, sobretudo nas bases instaladas nas aldeias de Coladje, Elia, Arame e Cassolol, aldeias situadas a alguns quilómetros da fronteira com o Senegal.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb
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