O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, disse ter chegado a hora dos dois principais partidos do país, PAIGC e PRS, se entenderem para que os guineenses possam recuperar a tranquilidade e para o governo trabalhar.
Bissau, 09 set (Lusa) -- O chefe de Estado guineense falava em crioulo, na quinta-feira, perante um grupo de líderes da comunidade muçulmana e elementos do comité central do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que apoiaram a sua escolha nas primárias do partido.
O Presidente disse ter chegado a hora de "parar com a demonstração de força" entre os partidos.
Vaz acrescentou que o entendimento deve ser extensivo ao grupo de 15 deputados dissidentes do PAIGC que agora estão no poder.
"Apelo ao PRS, ao grupo dos 15 e à nossa grande família do PAIGC para desenvolvermos o nosso país. Tenhamos pena deste povo", referiu José Mário Vaz.
O Presidente guineense afirmou estar a dirigir os apelos ao entendimento na sequência de exortações que tem estado a receber um pouco de todo o mundo no sentido de promover a reconciliação na Guiné-Bissau.
"Recebi apelos até do secretário-geral das Nações-Unidas, um dos homens mais importantes do mundo, no sentido de haver entendimento entre os guineenses", declarou Vaz, contando um episódio que se passou entre ele e o ex-presidente português, Cavaco Silva.
"Quase não falo agora [com Cavaco], porque pediu-me uma coisa e eu disse-lhe que não podia fazê-lo [apoiar o Governo de Domingos Simões Pereira, há um ano, em vez de o demitir]".
Mas enquanto falaram, o ex-estadista português, "também me pediu o entendimento no país", afirmou.
José Mário Vaz disse também ter sido aconselhado no mesmo sentido pelo atual Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo embaixador americano residente no Senegal.
"Por isso quero pedir a todos os guineenses para que façamos tudo para que haja entendimento entre nós. Peço também aos anciões deste país que façam o mesmo", exortou José Mário Vaz.
Para o líder guineense não era necessário que os dirigentes de outros países africanos viessem ao país promover o diálogo se os nacionais se empenhassem na busca do entendimento.
Dois chefes de Estado da sub-região, Alpha Condé, da Guiné-Conacri, e Ernest Koroma, da Serra-Leoa, são esperados em Bissau, no sábado, no âmbito da promoção do diálogo entre os líderes guineenses desavindos.
Os estadistas são enviados da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Lusa/Conosaba
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