O presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) reconheceu hoje, segunda-feira, que as intrigas, as montagens, os golpes e contragolpes chegaram a atingir o PAIGC e representaram um período nebuloso da história do partido
Domingos Simões Pereira, que fez este reconhecimento no discurso da comemoração dos 60 anos do partido libertador, criado a 19 de Setembro de 1956, com o propósito de tirar o país nas mãos dos colonizadores portugueses, disse ainda que é falso e “terrivelmente injusto” evocar este desvio como alinha de actuação do PAIGC.
“O PAIGC tem história e portanto tem responsabilidades acrescidas. O PAIGC tem sobretudo uma base ideológica de referência, uma herança que está a regenerar os seus valores e um exército de militantes prontos a resgatá-lo e pronto a redimensioná-lo de volta aos seus princípios e a sua filosofia social do centro esquerdo”, explica.
Domingos Simões Pereira disse ainda que existem aqueles que enganam e continuam a olhar para o partido como presa fácil, um instrumento à mercê dos interesses pessoais e “mesquinhos” e que uma vez usado, pode ser colocado de lado, desafiado, combatido e até eliminado.
Segundo Simões Pereira, o seu partido está disposto “a sacrifícios e concessões para resgatar o direito a responsabilidade de construir a nação permitida”.
O PAIGC promete ainda recuperar pessoas, perdoar os erros e corrigir os males, mas ao mesmo diz ainda que nenhuma tentativa de instauração de tirania ou de ditadura o amedronta.
“Não existe mal que não possa ser corrigido, nenhum pecado que não possa ser perdoado, nenhum homem capas de se recuperar”, disse líder dos libertadores que aponta os pensamentos de Amílcar Cabral, líder do PAIGC.
“Exortamos a todas as entidades a renunciarem às práticas da ameaça e da perseguição, à tentativa de instauração do medo como forma de luta política, ao branqueamento da realidade, a mentira e aos jogos permanentes e sistemáticos. O PAIGC já provou que nenhuma corrupção ao sistema, nenhuma ameaça aos seus militantes e a população em geral, nenhuma tentativa de instauração de tirania e da ditadura o amedronta”, adianta.
No seu discurso o líder dos libertadores pede a libertação imediata do seu deputado sem levantamento da imunidade.
Nos seus 60 anos, os libertadores saúdam os apoios da comunidade internacional para a saída da crise que persiste desde Agosto do ano passado. Em relação a última missão da CEDEAO no país, Simões Pereira disse que é uma possibilidade de configurar uma verdadeira solução para a crise.
Sob o lema “BAPUR CANA NCADJA” (o barco não vai afundar, na tradução livre), o PAIGC comemora esta segunda-feira 19 de Setembro, 60 anos da sua criação com a presença dos convidados Iva Cabral, filha do fundador da nacionalidade guineense; Jorge Dombolo, membro de Bureau Politico do MPLA; Aurélio Martins presidente do MLSTP de São-Tomé e Príncipe; Emmanuel Gollou presidente do PSD Benim e Coordenador do Comité Internacional Socialista de África, Nações Unidas, União Africana, CEDEAO e entre outros.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Baió Dansó com Conosaba
Imagem: Baió Dansó
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