Bissau,21 Set 16 (ANG) – O antigo combatente da liberdade da pátria, José Lopes manifestou hoje contra os que questionam os valores da luta armada de libertação nacional e que culminou com a independência política do país.
Convidado pela ANG para fazer uma retrospetiva, nas vésperas dos 43 anos da independência nacional, a ser assinalado no próximo dia 24 de Setembro, disse que esquecer a “heroica” luta de libertação nacional é como alguém ignorar o seu percurso de infância à velhice.
Aquele veterano de luta de libertação sublinhou que de facto valeu a pena a proclamação da independência da Guiné-Bissau pelo menos pelos sacrifícios consentidos pelo povo guineense durante a luta armada.
Questionado a falar das etapas da luta armada após a morte de Amílcar Cabral até a proclamação da independência do país, José Lopes disse que apos o desaparecimento físico do seu líder, o PAIGC foi obrigado a adotar medidas mais duras e eficazes.
“Depois do duro golpe que sofremos com a morte de Amílcar Cabral e como já tínhamos as suas orientações teóricas e práticas, a direção superior do partido decidiu pura e simplesmente aplicá-las”, disse.
José Lopes sublinhou que Amílcar Cabral recusava o uso de certas armas pesadas pelos combatentes porque entendia que, em consequência dos disparos, uma parte das aldeias poderiam ser atingidas.
“Vou-te dizer uma coisa. Graças a ideia e estratégia de Cabral, a Ponte de Saltinho não foi destruída. Quando soube do plano para a sua destruição, negou categoricamente, justificando que depois da independência seria difícil a sua reconstrução”, explicou.
Segundo o combatente da liberdade da pátria com a morte de Amílcar Cabral o PAIGC passou a usar todas as armas pesadas de que dispunha entre elas os morteiros de 120 milímetros.
Instado a dizer sobre se Amílcar Cabral estivesse vivo como seria o cenário atual, José Lopes respondeu que várias situações que estamos a viver atualmente não iam acontece, “porque era pessoa frontal, direta, corajosa na tomada de qualquer decisão”.
“As pessoas agora têm medo de críticas e autocríticas. Na altura as pessoas eram responsabilizadas pelos atos cometidos e eram criticadas e castigadas mediante conforme as suas culpas”, recordou.
Disse que sempre houve sanções aos infratores da lei dentro do partido porque a disciplina interna era bem orientada, acrescentando contudo que igualmente se aplicava a “politica de recuperação do homem”, através de perdão .
“Se as pessoas não respeitam a disciplina partidária as coisas tornam-se confusas e tem que existir problemas”, lamentou, acrescentando que o que impera atualmente no PAIGC é o interesse pessoal em detrimento dos do país.
ANG/ÂC/SG/Conosaba
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