O presidente do Partido Luz da Guiné-Bissau (PLGB), Lesmes Monteiro, revelou esta quarta-feira, 14 de Fevereiro de 2024, que o gabinete do antigo primeiro-ministro, Geraldo Martins gastou mais de 600 milhões de franco CFA no período de três meses de governação.
Embora não tenha informado em que ações e/ou pagamentos foram utilizados esse montante, Lesmes Monteiro exigiu que este assunto seja esclarecido junto do Ministério Público.
Adiantou ainda que neste momento está a circular um Correio electrónico (e-mail), supostamente da autoria da Chefe do Gabinete do presidente da Assembleia Nacional Popular, Ruth Monteiro, que evidencia sinais gritantes da corrupção.
Lesmes Monteiro falava numa conferência de imprensa na sede daquela formação política em Bissau, na qual disse que questões ligadas ao desvio do fundo de seis bilhões de franco CFA que resultou na detenção de altas figuras do governo na altura, acompanhado com a tentativa de golpe de estado, desembocou na queda do Parlamento que abriu duas perspetivas, uma legal que passa pela averiguação da legalidade ou não do decreto presidencial por parte do Supremo Tribunal de Justiça e da parte que se sentiu lesada e outra perspetiva tem a ver com a questão política em como o país não pode ficar sem governo, depois da queda da ANP, logo se criou o governo da iniciativa presidencial.
O político informou que o que estão a assistir neste momento é uma tentativa de fuga da responsabilidade por algumas figuras ou partidos políticos sobre as ações de governação e perante o regime atual.
Disse que a Coligação PAI Terra Ranka afirmou publicamente que não faz parte do executivo, que venceu as eleições e alega ter-lhe sido roubado o poder, mas faz parte do governo.
“Enquanto partidos integrantes do governo de iniciativa presidencial, devemos assumir a nossa responsabilidade tanto nos aspetos positivos como também nos negativos, porque não podemos fazer parte do executivo e ao mesmo tempo criticar ações da governação publicamente. Se as pessoas estão dispostas a acompanhar a dinâmica deste governo de iniciativa presidencial com vista a realização das eleições antecipadas, têm a liberdade de sair do governo sem problemas ”, sublinhou.
Lesmes Monteiro garantiu que, nos próximos posicionamento daquela formação política, vão trazer à tona a lista do pessoal dirigente na função pública, indicando cada dirigente a que partido pertence para que a população guineense saiba quem são as pessoas a governar neste momento, tomando decisões em nome do governo para a satisfação do interesse popular.
Instado a pronunciar-se sobre as declarações do antigo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, sobre sinais de droga no país, Lesmes Monteiro disse que não lhe cabe julgar as declarações de nenhum político, mas o que o partido está a defender é o interesse do governo de que todos fazem parte e se um determinado líder político acha que o governo não está a corresponder com as expetativas, tendo o membro do seu partido no executivo, isso é uma incoerência política e seria salutar que saísse do governo para melhor criticar.
Por: Aguinaldo Ampa
Conosaba/odemocratagb
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