Em Addis Abeba, Etiópia, inicia esta quarta-feira, 14 de Fevereiro, a 44a reunião do Conselho executivo dos Estados Membros da União Africana. AFP - TONY KARUMBA
Inicia esta quarta-feira, 14 de Fevereiro, em Addis Abeba, na Etiópia a 44a reunião do Conselho executivo dos Estados Membros da União Africana. O tema da União Africana para 2024 é consagrado à “Educação dos africanos adaptada à realidade do século 21, educação inclusiva e resiliente”, um assunto que as crises que se vivem no continente podem remeter para segundo plano.
Os chefes da diplomacia dos Estados membros da União Africana reúnem-se hoje e amanhã na capital etíope. A 44a reunião do Conselho executivo dos Estados Membros da União Africana vai preparar os trabalhos para a 37ª cimeira de chefes de Estado da organização pan-africana que tem lugar este fim-de-semana.
O tema da União Africana para 2024 é consagrado à “Educação dos africanos adaptada à realidade do século 21, educação inclusiva e resiliente”, um tema que poderá ficar para segundo plano, tendo em conta as crises político-financeiras que se vivem no continente.
Em entrevista à RFI, o economista guineense e professor universitário Carlos Lopes, afirmou que a falta de fundos para o sistema de Paz e Segurança da União Africana, o desmantelamento da Força de Intervenção na Somália e a Força do G5 Sahel devem marcar a agenda dos líderes africanos.
Carlos Lopes considera ainda que “à porta fechada, a parte mais importante, será discutida a saída de três países, Mali, Burkina Faso e Níger, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e as implicações que tem esta saída daquela que era vista como a organização regional mais consistente, que neste momento parece a mais fraca”.
O economista guineense reconhece que “cada vez mais no continente, para além dos golpes de Estado assumidos, reversões democráticas são feitas através de mecanismos civis, como por exemplo os tribunais”.
As dívidas soberanas que limitam muito o poder do continente africano fazer política económica e social e o avanço do terrorismo serão outros temas a serem debatidos, refere Carlos Lopes, acrescentando que “o facto de os Estados Unidos estarem num período eleitoral muito tenso faz com que as suas concentrações sejam a resolução que tem com esses conflitos, seja no Médio Oriente, seja com a China ou Rússia. África passa um pouco despercebida, mas ela é parte do mesmo eixo de grandes mudanças estruturais que estão a ocorrer por causa, justamente, da situação mundial estar tão tensa”.
Por: Neidy Ribeiro
Conosaba/rfi.fr/pt/
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