quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

FORÇAS ARMADAS ASSUMEM O COMANDO DA GUARDA NACIONAL – diz o Chefe de Estado Maior Biagué Na N’Tan

O Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau (CEMFA), General Biaguê Na N´Tan, anunciou esta quarta-feira, 06 de dezembro de 2023, que a partir de hoje, as forças armadas guineenses passarão a assumir comando completo da Guarda Nacional para organizá-la, porque “em nenhum momento permitirei a desordem na Guiné-Bissau”.

Biaguê Na N´Tan falava aos jornalistas à margem da apresentação de materiais de guerra apreendidos durante o confronto de quinta e sexta-feira (30 de novembro e 01 de dezembro), nas instalações da Guarda Nacional e na tabanca do ex-comandante desta corporação, Victor Tchongo.

O Estado Maior anunciou ter apreendido 155 Ak-47, das quais algumas na aldeia do Comandante Victor Tchongo, 03 bazucas, 16 granadas, 03 pistolas, coletes à prova de bala, cassetetes e rádios de comunicação.
Em declarações aos jornalistas, Biaguê Na N’Tan avisou que a partir de agora a tolerância será zero a qualquer indivíduo que queira perturbar a nação guineense.

“Victor Tchongo está a viver e a comer dentro da prisão, enquanto algumas pessoas morreram, isso não pode ser permitido na Guiné-Bissau”, afirmou e disse que durante o confronto Victor Tchongo teria afirmado que em nenhum momento permitiria tréguas, porque “não gosta de ser humilhado”.

“Neste momento está preso e é a maior humilhação para sua a vida”, assinalou, revelando que alguns chefes da mesma corporação teriam anunciado que depois da invasão às instalações da Polícia Judiciária, o passo seguinte seria tomar de assalto o exército, atacar o Estado Maior e tirar o Presidente da República do poder.

“Essas informações revelam que essa situação estava a ser preparada há muito tempo. Quero garantir-vos que jamais as Forças Armadas permitirão que algo de género aconteça e a tolerância será zero para quem quer que seja”, assegurou.

Biaguê Na N´Tan garantiu que as Forças Armadas da Guiné-Bissau continuarão a trabalhar para assegurar a paz e tranquilidade e repor a ordem para que os operadores económicos possam investir e desenvolver o país.

“O mundo está globalizado e os países estão próximos uns dos outros, o que nos permite saber o que se passa na Guiné-Bissau e no mundo em tempo. Sei todos os cenários desenhados para a operação de assalto às instalações da Polícia Judiciária pela corporação da Guarda Nacional. Falei com Victor Tchongo ao telefone. Perguntei-lhe o que estava a acontecer no momento em que decorria o assalto na PJ, respondeu-me que foi informado também pela ministra do Interior sobre o ocorrido. Pedi que fosse ao Estado Maior das Forças Armadas para sua segurança e trabalhar junto com vice-chefe de Estado para dar ordem aos assaltantes para abortarem a operação, mas nunca obedeceu às orientações”, informou.

O Chefe de Estado Maior disse que quando Victor Tchongo foi nomeado politicamente sabia que não iria cumprir a sua missão sairia mal e “isso aconteceu”.

“A primeira tentativa do Comandante da Guarda Nacional, Victor Tchongo, foi quando começou a movimentar os responsáveis daquela corporação nas regiões. Chamai-lhe atenção para evitar a desordem no país, mas não desistiu da sua intenção até ao momento e deu no que deu”, frisou.

“Quero agradecer e felicitar as Forças Armadas da Guiné-Bissau, sobretudo o vice-chefe de Estado e chefes dos três ramos pelo trabalho realizado. Isso demonstra que as forças armadas guineenses estão na linha de frente para criar a paz, tranquilidade e estabilidade no país. Não é dúvida para ninguém que o país tem vivido instabilidades, desordem e incumprimento da ordem no passado. Estudei muito a parte da arte militar e operações, mas deixei isso, porque quero a paz e desenvolvimento do meu país”, sublinhou.

Na N´Tan disse que em Portugal, o comandante da Guarda Nacional é escolhido dentro das forças armadas, mas “na Guiné-Bissau é totalmente ao contrário, devido às questões políticas, de maneira que a partir de agora as forças armadas passarão a assumir aquele comando da Guarda Nacional”.

Questionado sobre se aquele ato é uma tentativa de golpe de estado, Biaguê Na N´Tan, esclareceu que quando se ataca uma instituição com homens armados para retirar pessoas presas legalmente para outra instituição que tu comandas, “isso se chama tentativa de golpe de estado”.

Por: Aguinaldo Ampa
Conosaba/odemocratagb.

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