sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Foi a Procuradora-Geral da República (PGR), Lucília Gago, que redigiu o último parágrafo do comunicado sobre a Operação Influencer, que levou à demissão do primeiro-ministro, avança o Expresso. Fontes judiciais indicam que a informação enviada à PGR pelos três procuradores do DCIAP responsáveis pela investigação não fazia referência à certidão que haviam remetido para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) pelas referências feitas pelos suspeitos do caso à participação de António Costa em alguns dos factos que estavam sob investigação.

Por norma, os comunicados emitidos pela PGR são redigidos apenas com as informações provenientes do DCIAP. No entanto, Lucília Gago fez questão que o texto fizesse referência às suspeitas que recaem sobre António Costa, temendo que o Ministério Público (MP) pudesse ser acusado de estar a proteger o primeiro-ministro quando tal se soubesse, segundo as mesmas fontes.

O Presidente da República soube ainda antes do primeiro-ministro do parágrafo que comprometia António Costa no comunicado da PGR de 7 de novembro. Fonte do Palácio de Belém explica que, no primeiro encontro do dia, o líder do Executivo admitiu uma possível demissão, mas pediu ao chefe de Estado para falar com Lucília Gago no sentido de obter mais informações sobre o caso. Pelas 11h30, a procuradora-geral reúne-se com Marcelo, dando-lhe então conta da existência de um inquérito autónomo no STJ ao primeiro-ministro, ficando então a saber que o comunicado que ira ser publicado pouco depois do meio-dia faria referência direta a Costa.

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