sexta-feira, 2 de junho de 2023

Violência no Senegal faz nove mortos após condenação do opositor Ousmane Sonko

Nove pessoas foram mortas no Senegal na quinta-feira na violência que eclodiu depois que o político da oposição Ousmane Sonko foi condenado a dois anos de prisão. AP - Leo Correa

Dacar – O Ministro senegalês do Interior, Antoine Félix Diome, anunciou o registo de nove mortos em consequência da violência que eclodiu após a condenação a dois anos de prisão efectiva o líder da oposição Ousmae Sonko. O exército patrulhava nesta sexta-feira as ruas da capital.
“Notámos com pesar a violência que levou à destruição de bens públicos e privados e infelizmente à morte de nove pessoas em Dacar e Ziguinchor”, declarou o ministro na televisão nacional.

Na sequência do julgamento de Sonko, condenado a dois anos de prisão efectiva por corrupção de menores, as ruas senegalesas mergulharam numa vaga de protestos com pneus em chamas, manifestantes a atirarem pedras contra as forças policiais e a saquearem lojas e prédios públicos.

Estes actos de violência ocorreram em vários bairros da capital de Dacar, tais como Medina, Ngor, Ouakam e Yoff. Mas ainda, outras cidades como no Sul do país em Ziguinchor, onde reside o opositor e igualmente no Norte, em Saint-Louis.

De acordo com o Código Eleitoral senegalês, a condenação de Sonko deixa a sua candidatura de fora das próximas eleições presidenciais previstas para Fevereiro de 2024.

Um ambiente, portanto, crítico que poderia, ainda, vir a degradar-se nos próximos dias. Por sua vez, Ousmane Sonko, mantém-se em prisão domiciliar desde domingo, cercado por forças policiais.

O exército controla os principais eixo da capital, Dacar, com registo de pouca actividade nas ruas da cidade nesta sexta-feira, 2 de Junho.

Ousmane Sonko é o principal opositor do regime. Ele foi, de novo condenado, desta feita na quinta-feira num caso de incitação à perversão de uma menor, deixando-o cada vez mais longe das eleições presidenciais do próximo ano.

Ahmed Kébé, professor de português em Dacar, admitiu a Miguel Martins que a situação é "muito preocupante".

Texto por:Inês Rodrigues
Conosaba/rfi.fr/pt/

Sem comentários:

Enviar um comentário