quinta-feira, 21 de abril de 2022

Governo da Guiné-Bissau fixa novos preços de arroz, açúcar e farinha de trigo


O Governo guineense fixou hoje novos preços para o arroz, açúcar e farinha de trigo para se adaptar à conjuntura provocada pela guerra no leste da Europa, anunciou o executivo em comunicado.

A medida, determinada através de um despacho conjunto dos ministros das Finanças, João Fadiá, e do Comércio, Tcherno Djaló, determina que um saco de arroz de 50 quilogramas custará ao público 17.500 francos CFA (cerca de 26 euros), um saco de açúcar 25.000 francos CFA (cerca de 38 euros) e um saco de farinha de trigo 23.000 francos CFA (cerca de 30 euros).

Atualmente, regista-se uma especulação de preços destes produtos no mercado guineense, com o arroz a ser comercializado a 20.000 francos CFA por cada saco de 50 quilogramas, açúcar a 30.000 francos CFA e farinha trigo a 25.000 francos CFA.

Questionado sobre estes preços em comparação com aqueles determinados a partir de hoje pelo Governo, o porta-voz do executivo, Fernando Vaz, disse ser normal "que haja especulação de preços de certos produtos", nomeadamente do açúcar, bastante consumido no país durante o período do Ramadão dos muçulmanos.

"Após o Ramadão, tenho a certeza que os preços voltaram à normalidade", observou o também ministro do Turismo.

Fernando Vaz assinalou que compreende as reclamações da população quanto à subida dos preços dos produtos de primeira necessidade, mas salientou que a Guiné-Bissau não poderia fugir à conjuntura mundial, atendendo às consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

"Seríamos os únicos países do mundo que estariam a reduzir os preços face ao aumento de custo de transporte de produtos. Estamos inseridos numa conjuntura mundial, não faz sentido reduzirmos os preços face à conjuntura mundial. Aquilo que nós estamos a fazer é tentar conter um aumento muito grande dos preços", observou Vaz.

Sobre a crise de combustíveis no país, que já motivou a paragem de veículos movidos à gasolina e a especulação galopante de preços no mercado negro, o porta-voz do Governo guineense disse que a situação será ultrapassada proximamente com a chegada de um navio vindo de Portugal.

O ministro desconhece a data precisa da chegada do navio com o carregamento de combustíveis.

Fernando Vaz afirmou que o país "está quase em rutura de stock" de gasóleo e gasolina, mas ainda tem aqueles produtos.

Conosaba/Lusa

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