sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

DESAFIOS DA BANCA GUINEENSE

O setor bancário tem um papel importante na economia guineense. No entanto, o peso dos seus ativos no Produto Interno Bruto nacional situa-se abaixo da média da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA). A taxa de financiamento à economia nacional permanece fraca, abaixo dos 15% em 2019, em contraponto com a média da UEMOA que é de 30%.
Isso leva-nos a crer que o sistema bancário guineense ainda não cumpre completamente a sua função de suporte ao desenvolvimento económico do país e que deveria rever os seus critérios de análise de risco que estarão porventura desajustados da realidade da sub-região.l
Os cinco bancos que estão a operar no nosso sistema bancário ainda têm alguns desafios pela frente.
O sistema bancário guineense esta sob a regulação de duas entidades: Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e a comissão Bancária da UEMOA.
Com relação aos grandes desafios da banca guineense  continuará a ser a busca de soluções inovadoras capazes de atenuar os efeitos dos resultados do estreitamento das margens de intermediações financeiras. Um estudo recente sobre a banca no espaço UEMOA alguns desafios foram apontados para a banca guineense
Riscos tecnologicos e de segurança, estrutura organizacional rigida, reduzidas competências digitais, modelo de digitalização desadequado e inexistência de estratégias de parcerias.
A completar esta lista, sugeria que alguns desafios sejam tomados em conta que são:
ü  Os bancos têm de redireccionar as suas politicas de financiamento para o retalho com excessão do Orabank e do BAO que previlegiam este segmento
ü  Conviniência- um dos desafios da banca dos tempos modernos será a conviniência. Num mundo mais próximo,com mais dados partilhados,com maior transparência,com uma concorrência menos clara, a banca tem de provar diariamente o valor da sua conviniência, isto é, a utilidade de ajudar clientes na sua actividade de poupança,pagamentos e crédito,com um preço justo e uma qualidade adequada.E isso impõe um conjunto de prioridades claras.

ü  Crédito malparado- Os bancos comerciais são empresas que têm como objecto principal a maximização do lucro. Os bancos não são empresas que fazem doações, pelo que sua gestão deve obedecer ou deve estar centrada em práticas que não sejam lesivas dos interesses do Estados e dos seus clientes. Actualmente o total do crédito malparado na banca guineense situa-se nos 243 milhões de euros. Mas quando há demasiado crédito malparado, os bancos têm dificuldade de financiar a economia.

ü  Risco do Crédito- As dificuldades no financiamneto á economia real não estão ligadas á falta de liquidez da banca (a banca guineense tem tido liquidez) mas sim ao problema do risco do crédito.
ü  Sigilo bancário- Tem se verificado na Guiné-Bissau a falta do segredo tanto da parte dos clientes como da parte dos funcionarios bancários o que podera condicionar varios contenciosos judiciais.

ü  Expansão da rede bancária para as zonas rurais- isto iria aumentar a taxa de bancarização e a taxa da inclusão financeira que ainda esta muito longe de convergir com os países da UEMOA

ü  Integração das Agências de microfinanças no sistema bancário- As microfinanças podem ser um instrumento para tirar as pessoas da pobreza, ao mesmo tempo que pode estar acessivel a pessoa com mais elevada capacidade financeira.

Numa altura em que se fala da economia digital, a transformação digital é um processo no qual as empresas fazem uso da tecnologia para melhorar o desempenho,alcançar sustentabilidade nos negocios e melhorar os resultados,portanto,deve resultar em mudança estrutural nas organizações tendo como pedra angular a tecnologia. A era digital e a tecnologia estão a mudar a forma como os clientes se relacionam com os bancos. O modelo de negocio tradicional está obseleto, e só as instituições que forem capazes de se adaptar conseguirão sobriviver.

O sector bancário guineense está,há vários anos a sofrer um choque tecnologico.O ritmo de transformação que temos vindo a testemunhar não tem precedentes e tem contribuido para alterar,de forma indelével,o paradigma de negócio deste sector.

Os bancos tradicionais vão ter de mudar. Agora,mais do que nunca,importa aos cincos bancos da nossa praça redifinirem os seus modelos de negócios,para se adptarem tempestivamente á mudança,sob pena de perderem relevância num mundo cada vez mais digital.

Nos últimos anos , os cinco bancos que estão operar no país  têm concentrados os seus esforços na disponibilização de novos produtos e serviços e no acesso a canais de distribuição alternativos,direccionando as suas estrategias de gestão para os clientes.
O esforço e o trabalho realizado pelos bancos ao longo destes anos tão duros e exigentes devem ser revelados. A banca está hoje melhor. Os progressos registados são bem visiveis.

Conclusão:
Os cincos bancos (ORABANK,BAO,BDU,ECOBANK,BANCO ATLANTICO) continuarão a trabalhar duramente para,impulsionados pelo clima de mudança e inovação que os clientes pretendem, e decisiva relevância para a sociedade assim contribuindo para a prospriedade do país.

Queremos sim uma banca mais participativa no processo de desenvolvimento economico, mas com sistema de governação e controlo interno,convinientemente,adequados para que os erros do passado não se repitam.

Não se pense que a reputação da banca se alterará de um dia para outro.Mas o investimento em transparência é um investimento de longo prazo.

 ‘’Fecho este artigo com sabias palavras do Victor Constancio antigo governador do Banco de Portugal, e ex Vice Governador do Banco Central Europeu numa Palestra tida em Sintra arredores de Lisboa.’’ O Comportamneto da banca surge demasiadas vezes   como sendo extravagante, o seu silêncio é confundido  com subranceria e a sua reputação alvo das maiores dúvidas.Tudo isto é um facto.

Mestre: Aliu Soares Cassamá





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