Em todas as sociedades democráticas, o direito a manifestação é uma das bases da liberdade individual e coletiva, que por sua vez é o pilar da própria democracia. Em vertude disso, a própria Constituição da República da Guiné-Bissau estabelece no seu Art. 54º Alinea 1 que, “Os cidadãos têm o direito de se reunir pacificamente em lugares abertos ao público, nos termos da lei”. Assim sendo, os poderes podem e devem se criticar entre si e o povo, sobretudo, órgãos da comunicação social e diferentes fóruns da sociedade civil, têm de manter a vigilância critica a todos os atores políticos.
Contudo, o que tem se verificado na Guiné-Bissau nos últimos anos è uma clara instalação de um regime ditatórial e sanguinária, onde a intimidação, torturas, prisões ilegais, assassinato de reputação e cerceamento da liberdade de expressão e da livre manifestação tornou-se o Modus Operandi, com uma utópica justificativa da necessidade de garantia da (in)segurança nacional. Neste cenário, o seguente questionamento se faz necessário: que mensagem a Comunidade Internacional tenciona passar aos guineenses com o seu absoluto silêncio perante todos esses acontecimentos?
Ė de conhecimento destas organizações que, a semelhança do regime instalado na Guiné-Bissau, alguns governos dos países africanos são ditaduras há décadas, mas, nada fazem para ajudar a mudar a situação se não fortalecê-los e, por conseguinte, deixam o povo a deriva.
A esse povo, da Guiné-Bissau em específico, quiça, é chegado o momento de (re)visitarmos o passado para desta forma coordenarmos ações coletivas a semelhança do que a historia recente da Luta de Libertação Nacional levado a cabo pelo povo e que culminou com a formação do Estado guineense nos reserva. Espera-se que, quem pode e deve tomar a consciência de pôr fim a essa ditadura que esta se instalando no pais, exigindo uma ampla reforma democrática é o próprio povo, para fazer face aos desafios do desenvolvimento, da preservacão e do processo da consolidação da nossa jovem democracia.
Na Guiné-Bissau, nos últimos anos, é inegavel que a passividade da reação popular tem contribuido de uma forma ou outra no fortalecimento dessas ações ditatórias e, isso teve/está tendo impactos diretos e significativos na vida dos proprios cidadãos, diversas áreas da esfera social são cada vez menos assistido pelo Estado, a precariedade das escolas e hospitais com inúmeras greves dos profissionais que atuam nessas áreas e o aumento dos produtos da primeira necessidades são alguns dos exemplos.
Ciente dos problemas que tem assolado ao país e com crescente cerceamento das liberdades que consequentemente leva a consolidação de uma ditadura, no nosso caso com conivência dos tribunais e da classe castrense, a Frente Social surge como alternativa e assume o dificil papel de lideral o inicio de uma ação democrática em nome da liberdade e em defesa dos direitos consagrados em nossa carta magna, a Constotuição da República da Guiné-Bissau. Mesmo cientes das ações reprecivas do Estado guineense, aos gritos de “Republica e Anos” os manifestantes decidirem colocar as suas integridades físicas em prol de uma Guiné-Bissau livre. Foram detidos e maltratados como era de se esperar, o regime autoritário instalado na Guine demonstrou mais uma vez a sua real intenção, a perpetuação no poder usando da violência como o principal recurso para reprimir as vozes discordantes.
Portanto, diante do poder autocrático, uma pessoa pode se acovardar ou se tornar um mártir, se adaptar, tentando entre a encenação e o esboço de uma verdade, combater a tirania, ou mesmo, se entregar completamente a omissão e a covardia, Medos todos têm, mas a coragem para enfrentar o medo é que distingue uma pessoa de um covarde. Neste sentido, toda a sociedade Bissau-guineense é convidada a comprar essa luta, jornalistas, músicos, políticos, acadêmicos, Bideiras, estudantes e jovens em geral, porque sucumbir e fugir dessa luta de derrubar a ditadura instalada é não honrar a memoria dos combatentes da liberdade da pátria que lutaram e derrotaram o regime fascista português, mas sim de admitir uma prisão voluntaria, e esse silêncio e conivência do judiciário, da classe castrense e da Comunidade Internacional será berrado na história como o som covarde de quem deixou por longos anos que a tirania prosperasse na Guiné-Bissau, como uma sombra que se estende aos olhos, nos ouvidos e nas línguas cortadas dos guineenses.
Exige-se a libertação de todos os presos ilegais de forma incondicional.
Dingana Paulo Faia Amona
Doutorando em Antropologia Social no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade federal de Goiás.
Radiosolmansi com Conosaba do Porto
Sem comentários:
Enviar um comentário