O governo angolano manifestou a disponibilidade para reforçar a cooperação no setor da defesa com a Guiné-Bissau, sobretudo na formação dos militares dos três ramos das forças armadas guineenses.
A disponibilidade do governo angolano foi tornada pública esta sexta-feira, 17 de novembro de 2023, pelo chefe da Casa Militar da Presidência da República de Angola, General Francisco Pereira Furtado, à saída da audiência com o Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.
General Furtado, que também foi o antigo chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas de Angola, está no país para assistir aos festejos do 50° aniversário da independência da Guiné-Bissau e do dia das forças armadas, 16 de novembro, em representação do chefe de Estado de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço.
Furtado disse aos jornalistas que a audiência com o chefe de Estado guineense visou transmitir a mensagem do seu homólogo, João Manuel Gonçalves Lourenço.
“Estamos ainda disponíveis a colocar a disposição das forças armadas da Guiné as nossas condições de formações nas diferentes academias militares e institutos das forças armadas angolanas para os três ramos das forças armadas guineenses”, disse, acrescentando que os ministérios da defesa guineense e angolano irão formalizar oficialmente a intenção de formação dos militares e quadros da Guiné-Bissau.
“Temos alguma experiência daquilo que é a reforma no setor da defesa e segurança das forças armadas da Guiné-Bissau. Eu, na qualidade de chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas angolanas, trabalhei durante quatro anos, entre 2006/2010, com os antigos chefes de Estado-Maior General na altura. Convidamos-lhes a visitar Angola. O General Tagme Na Wai, o Almirante Zamora N’Duta e o General Indjai estiveram em Angola, visitaram as diferentes unidades militares e academias”, assegurou.
Francisco Pereira Furtado explicou que no quadro da cooperação não apenas a nível da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), “mas a nível bilateral entre a Angola e a Guiné-Bissau, manifestamos essa disponibilidade e continuamos a prestar toda a atenção e apoio necessário para a formação dos quadros e dos efetivos das Forças Armadas da Guiné-Bissau”, contou.
Questionado se a disponibilidade para a formação manifestada pela Angola para as forças armadas guineenses será feita no molde anterior (MISSANG) ou se haverá algum reajuste, o chefe da Casa Militar da Presidência de Angola esclareceu que não haverá a questão da Missang, recordando que a Missang foi uma etapa em que havia uma necessidade de ajudar a estabilizar as forças armadas da Guiné-Bissau.
“Ajudar a reforma das forças armadas guineenses que está em curso e que está muito bem pelo aquilo que nós vimos ontem. Vimos umas forças armadas diferentes já organizadas com os seus ramos devidamente estruturados com efetivos jovens, porque é um processo normal que chamamos a negação da negação, a lei dos contrários, em que os mais velhos devem dar lugar normalmente aos mais novos para progredirem na carreira, conforme também progrediram desde o início”, disse, afirmando que as forças armadas da Guiné estão num bom caminho e é por este caminho que devem continuar.
Furtando assegurou que o Presidente Embaló reagiu muito bem à disponibilidade de Angola, como também garantiu-lhes que dará instruções aos responsáveis dos órgãos da defesa para trabalharem neste processo.
Importa referir que a Missão de Angola para a Manutenção de Paz e apoio a reforma do setor da defesa e segurança da Guiné-Bissau foi criada ao abrigo de um protocolo assinado entre os dois países, com o objetivo de ajudar a Guiné na execução do Programa de Reforma das Forças Armadas e de Segurança.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb
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