sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

PAIGC ESPERA QUE “VERGONHA NACIONAL” DE 2018 NÃO SE REPITA NO SEU CONGRESSO

O presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, insurgiu-se esta quinta-feira, 2 de dezembro de 2021, contra os acontecimentos de 2018, no congresso do partido, augurando que não se repitam, porque “foi uma vergonha nacional”.

O líder do PAIGC fez esse apelo na entrevista que concedeu a alguns órgãos nacionais e internacionais, na qual abordou vários assuntos internos do partido, do paíse, em particular, do avião suspeito retido em Bissau e a passividade e indiferença da comunidade internacionalperante os acontecimentos que ocorreram nos últimos tempos na Guiné-Bissau.

Em alusão ao congresso de 2018, Domingos Simões Pereira considerou “vergonha nacional” os acontecimentos ocorridos nesse período, que diz esperar que nunca mais se repitam, sobretudo quando as instituições da República, “formalmente assim tratadas”, invadem a sede de um partido para pôr em causa o direito dos militantes do PAIGC de realizar o seu congresso.

“Portanto, esperamos realizar o nosso Congresso num quadro de normalidade, no qual possamos aprovar os nossos instrumentos e a partir daí traduzirmos, na prática, aquilo que for a expetativa dos militantes do PAIGC. Quando são pessoas de fora que querem interferir, eu sei porque é que se faz esta pergunta de forma recorrente, mesmo os indivíduos que abandonaram o partido de forma voluntária não conseguem deixar de falar do partido. Eu muitas vezes digo se têm alguma nostalgia, as portas continuam abertas, mas nunca seremos condicionados naquilo que são as nossas liberdades e os nossos direitos fundamentais”, ironizou.

Em relação à decisão do órgão interno de jurisdição do partido que aplicou uma “pena de repreensão registada” ao primeiro vice-presidente do partido e Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, como também sancionou com uma “repreensão escrita” o antigo primeiro-ministro e ex-Secretário-geral da Agência de Gestão Comum, António Artur Silva e suspendeu por um período de cinco anos da militância no partido, Suzi Carla Barbosa, atual ministra do Estado dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação e das Comunidades, Domingos Simões Pereira reitera apenas o seu respeito a esse órgão pela sua autonomia e independência e disse que politicamente os outros órgãos do partido irão avaliar e enquadrar essas decisões.

“O que eu posso aqui talvez partilhar é que o Comité Central e o Bureau, recentemente reunidos, fizeram um apelo no sentido de serem acelerados os processos, porque conviria que até ao final deste mandato, antes de chegarmos ao Congresso, que não houvesse situações pendentes que pudessem representar qualquer espécie de constrangimento ao normal funcionamento das estruturas internas do partido “, esclareceu e disse existir mais processos pendentes.

O líder aconselhou o órgão de jurisdição a acelerar os processos para mostrar aos militantes e dirigentes do partido que o objetivo de sancionamento é, por um lado, mostrá-los que estão obrigados a respeitar os princípio do partido e as normas que estão estabelecidas, mas por outro lado, há preocupação de manter sempre a unidade e coesão internas.

Por: Filomeno Sambú
Foto: F.S
Conosaba/odemocratagb

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