domingo, 10 de março de 2019

EMBAIXADOR DA GUINÉ-BISSAU EM CABO VERDE "IMPRESSIONADO" COM AFLUÊNCIA ÀS URNAS EM CABO VERDE


10/03/19 - 12:25 pm / Destaques

Cidade da Praia, 10 Mar (Inforpress) – O embaixador da Guiné-Bissau em Cabo Verde mostrou-se hoje “impressionado” com a afluência às urnas de cidadãos guineenses residentes no arquipélago nas eleições deste domingo para escolher o novo parlamento daquele país.

Mbála Fernandes falava aos jornalistas após votar nesta manhã no Liceu Cónego Jacinto, na Várzea, Cidade da Praia.

“Em boa verdade, eu não estava a pensar que a afluência às urnas fosse dessa forma. Nós recenseamos 2301 eleitores e pensávamos que as pessoas não viessem com tanta vontade de exercer o direito de voto”, afirmou o diplomata, completando que em todas as mesas em que já passou na Cidade da Praia, antes de ir para o interior da ilha de Santiago, viu uma afluência às urnas que lhe “tocou bastante”.

Mbála Fernandes disse, entretanto, que tem havido constrangimentos, que têm a ver com o caderno eleitoral.

“É preciso ver o nome, a fotografia, pese embora que seja a cores, mas a morosidade do processo faz com que as pessoas, de vez enquanto, exaltem os ânimos, o que está a ser resolvido na base de conversações”, acrescentou.

Além disso, disse a mesma fonte que há pessoas que não constam o nome no caderno eleitoral, tendo já registados nove casos que, segundo garantiu, será remontado à Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau “para os devidos procedimentos legais”.

“Nós não estávamos a prever isso”, expôs a mesma fonte, asseverando que houve um tempo de uma semana para reclamações, mas que não houve nenhuma participação por causa deste assunto.

Prosseguindo, fez saber Mbála Fernandes que há mesas que estão a fluir rapidamente, em relação às outras, nomeadamente as da Calabaceira e da Capelinha, na Cidade da Praia.

“Nós estamos a ver se, com base da boa vontade, alugava-se um “Hiace” para descongestionar, pelo menos, a mesa do Palmarejo, onde estão muitas pessoas para votar. Não queremos que haja abstenção”, pontuou.

Questionado sobre o que representa essa grande afluência às urnas, o embaixador da Guiné Bissau em Cabo Verde disse acreditar que é uma forma da comunidade expressar a sua relação com a pátria.

“É de demonstrar a identidade que elas têm para com a Guiné-Bissau e com as autoridades que poderão sair dessas eleições”, completou.

Mbála Fernandes defendeu, também, que essa afluência se deve muito ao “cansaço” e à esperança que as pessoas têm nas autoridades que poderão sair dessas eleições.

“Há um forte apelo da parte da nossa comunidade que haja um entendimento para que ela possa sentir-se bem integrada aqui em Cabo Verde”, finalizou.

Nestas eleições votam em Cabo Verde um total de 2301 eleitores guineenses em oito mesas de votos, distribuídas pela Cidade da Praia (04), Boa Vista (02), Assomada (01) e Santa Cruz (01).

Entre os 21 partidos políticos que se candidatam às eleições, destacam-se o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das legislativas de 2014, e o Partido da Renovação Social (PRS), segunda maior força política do país, mas que esteve no Governo da legislatura que agora termina.

Na corrida participa também o Movimento para a Alternância Democrática (Madem), criado há oito meses por um grupo de dissidentes do PAIGC.

As eleições legislativas de hoje visam acabar com a crise política que existe no país desde 2015, quando o Presidente guineense, José Mário Vaz (PAIGC), demitiu o Domingos Simões Pereira do cargo de primeiro-ministro, depois de o PAIGC ter vencido as eleições em 2014 com maioria absoluta.

Durante a última legislatura, a Guiné-Bissau teve sete primeiros-ministros, um dos quais por duas vezes.

GSF/CP
Conosaba/Inforpress/Fim

Sem comentários:

Enviar um comentário