domingo, 12 de outubro de 2014

ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES DA GUINÉ-BISSAU NO PORTO, ORGANIZOU ESTE SÁBADO PASSADO UM GRANDE DEBATE SOBRE EPIDEMIA DE ÉBOLA NA ÁFRICA OCIDENTAL “QUE RISCOS PARA A GUINÉ-BISSAU”?



O debate teve grande impacto e superou todas as expectativas! Foi bastante esclarecedor e rico! 

O debate iniciou-se às 16h e 30m no E-Learning Café Asprela, Rua Alfredo Allen s/n Porto, Metro: Na linha D, estação “Pólo Universitário”. (no Porto). 

Presidente Associação de Estudantes Guineenses no Porto, Quintino Conha, deu boas vindas a todos presentes e agradeceu a presença de todos, e em seguida fez uma boa introdução e logo, passou a bola ao moderador, Dr. Hans Dabó, Presidente da Mesa da Assembleia da Associação de Estudantes Guineenses no Porto, este, por sua vez, em poucas palavras falou da origem do vírus do ébola, dizendo que o primeiro caso identificado de ébola foi registado em 26 de Agosto de 1976, em Yambuko, uma pequena vila rural no distrito de Mongala, no Norte da República Democrática do Congo. Também falou um pouco sobre vários riscos que o nosso querido país Guiné-Bissau corre, devido o surto de epidemia de ébola na África Ocidental, nomeadamente nos países vizinhos: Senegal, Guiné Conakry, Serra Leoa e a Libéria! 

Em seguida apresentou e leu a pequena biografia de cada um dos oradores:

1- Prof. Doutor Adriano Bordalo e Sá é Professor Associado de Ecologia e de Microbiologia no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto e investigador do Ciimar. Interessado em assuntos tropicais, dedicou a parte da investigação científica desde 2006 ao estudo da relação entre o ambiente e a saúde humana na Guiné-Bissau, do qual resultaram diversas publicações internacionais, dezenas de relatórios técnicos vídeos de divulgação e entrevistas na comunicação social da Guiné-Bissau, Portugal, França e Alemanha, com objetivo de contribuir para a disseminação e implementação das medidas propostas numa sólida base científica e adaptadas à realidade africana. 

2- Dr. Abdul Carimo Baldé Investigador e Licenciado em Sociologia, com graduações em Sociologia Geral; Comunicação, Arte e Cultura; Desenvolvimento e Políticas Sociais; em fase de preparação para o Doutoramento em Estudos Africanos pelo Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto.

Prof. Doutor Adriano Bordalo e Sá saudou e agradeceu a disponibilidade de todos presentes e começou a projetar imagens (slides) na tela o vírus de ébola. Afirmou que, O mais recente surto de Ébola teve origem na Guiné Conacri, junto da região fronteiriça com a Libéria e com a Serra Leoa, em 2013, devido ao contato com um morcego infetado.

Disse que, ébola é a doença humana provocada pelos vírus do género Ébola Vírus. Os sintomas têm início duas a três semanas após a infeção, e manifestam-se por febre, dores de garganta e dores de cabeça. A estes sintomas sucedem-se náuseas, vómitos e diarreia. Durante esta fase, algumas pessoas começam a ter problemas hemorrágicos.

Disse que, a propagação da doença em determinada população tem inicio quando uma pessoa entra em contacto com o sangue ou fluídos corporais de um animal infetado, como os macacos ou morcegos-da-fruta. 

Descrito pela primeira vez em 1976, o vírus do Ébola é uma doença infeciosa altamente contagiosa que hoje em dia ainda não tem um tratamento para a sua cura. Embora as principais regiões afetadas se encontrem na África Central e Ocidental, o certo é que se podem produzir casos isolados em outras zonas do planeta.


Conselhos do Prof. Doutor Adriano Bordalo e Sá para a Guiné-Bissau: 

- Lavar as mãos não somente com água, mais sim também com sabão sempre; Consumir água, desinfetada com gotas de lixívia.

- É necessário reduzir o contato físico com pessoas que foram infetadas pelo Ébola, assim como tomar as medidas adequadas na hora de atender estes doentes, como o uso de luvas esterilizadas. Também é imprescindível lavar as mãos regularmente depois de visitar doentes no hospital ou depois de prestas os cuidados em casa.

- Além disso, as pessoas que estão ou estiverem em contato com animais selvagens (sobretudo morcegos e primatas) deverão ter em conta que o risco de contágio é maior. Desta forma, devem usar luvas e demais elementos de proteção na hora de manipular animais.

- Também será fundamental que produtos como a carne e sangue destes ditos animais sejam cozinhadas e estejam bem cozidas antes do seu consumo.

- Uma das formas de transmissão do Ébola é através do contato direto com a saliva, sangue, órgão, excrementos e demais fluídos corporais da pessoa infetada. De modo que se algum familiar ou o seu companheiro contraíram a infeção, deverá extremar as precauções.

- É importante destacar que o período de incubação deste vírus vai de 2 a 21 dias e em caso de ter mantido relações sexuais com infetados pelo Ébola, este período prolonga-se por sete semanas.

- Os profissionais de saúde que atendem a possíveis infetados ou casos confirmados com EVE deverão prestar especial atenção para prevenir o Ébola, especialmente ao manter um contato próximo (menos de um metro) e proteger o rosto com uma máscara e óculos, usar bata limpa de mangas compridas e luvas.


Dr. Abdul Carimo Baldé começou bastante morno e depois ganhou lance nunca mais parou! Falou um pouco de tudo, sobre a sociedade, saúde, hábitos e costumes de diferentes etnias da Guiné-Bissau. Dr. Abdul afirmou que, o país “não pode estar descansado” com o vírus do ébola nos países vizinhos, pelo que é preciso reforçar a vigilância e sensibilizar a população. Disse que, não é médico, mas fez muitas pesquisas e estudos sobre vários riscos que o país poderá vir a sofrer com surto de epidemia do vírus do ébola. Uma das características do Ébola é que é um vírus altamente contagioso, que se pode transmitir de ser humano em ser humano por contato direto com fluidos como a saliva, transpiração, sangue, urina, fezes, vómito, sémen e as secreções ou os órgãos dos afetados. Inclusivamente devem manter-se medidas estritas ao manipular cadáveres de pessoas que tenham falecido por causa do vírus, pois continuam sendo um foco de contágio. Tocou nas feridas e referiu várias formas que nosso país corre o risco: falou das nossas latrinas, toca choro (Toca-tchur), fanado, transportes públicos (toca-toca), poços de água (fonte), potes de água onde há uma só caneca para uma família inteira, etc. etc... 


Em seguida, moderador Dr. Hans Dabó anunciou o debate, convidando assim os presentes a colocarem questões relacionadas sobre o debate. Não tardou...as perguntas surgiram em todos cantos da sala! Julgo que, ninguém saiu com dúvidas na sala sobre o vírus do Ébola, porque a mesa respondeu todas as questões colocadas pelos presentes! 

Assim sendo, moderador Dr. Hans Dabó deu por encerrado o debate pelas 18h e 45m e agradeceu a presença e a disponibilidade de todos.






Sem comentários:

Enviar um comentário