segunda-feira, 13 de outubro de 2014

ANO ESCOLAR ABRIU HOJE OFICIALMENTE NAS ESCOLAS PÚBLICAS DA GUINÉ-BISSAU

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, presidiu hoje à abertura oficial do ano letivo nas escolas públicas, anunciando uma série de reformas para a melhoria do setor de ensino.

O chefe do governo apelou à participação de todos, sindicatos, pais e encarregados de educação, alunos e parceiros, para a execução das reformas.

Domingos Simões Pereira afirmou que o Governo vai trabalhar para que todos os alunos possam ter uma peça de identificação pessoal e acesso a "pelo menos uma refeição quente diária".

"Um aluno com a barriga vazia não pode ter cabeça para assimilar a matéria", defendeu o chefe do Governo guineense, enfatizando o facto de muitas crianças irem para escola sem nada no estômago.

O primeiro-ministro disse também que não podem continuar a existir situações em que "milhares de alunos" só a partir dos liceus terem documentos de identificação civil por não serem registados à nascença.

O chefe do executivo quer que os ministérios da Justiça e Educação coloquem em marcha um plano de registo móvel para a população em idade escolar, para que todos possam ter bilhete de identidade.

A reintrodução de disciplinas da moral e ética no currículo escolar é outra das recomendações deixadas pelo primeiro-ministro ao dirigir-se à ministra da Educação, Odete Semedo, frisando que, no passado, essas matérias "eram a essência da sociedade".

Domingos Simões Pereira disse que o Governo vai "ter em conta uma boa dotação orçamental" para o setor da Educação, mas sublinhou que o setor nunca poderá estar no centro das atenções enquanto a paz e a estabilidade continuarem a ser a prioridade da ação governativa.

Citando as estatísticas do Ministério da Educação, que apontam para uma taxa de analfabetismo de 59 por cento da população, o primeiro-ministro guineense defendeu que o país só vai conseguir combater a pobreza se conseguir "mudar radicalmente esses dados".

Nesse sentido, Domingos Simões Pereira pediu a compreensão dos sindicatos para os problemas do setor e anunciou "abertura total" do Governo para o diálogo em busca de soluções para os vários problemas do setor do ensino público.
A ministra da Educação, Odete Semedo, anunciou também as medidas já encetadas no sentido de trazer melhorias ao ano letivo que espera venha a decorrer sem interrupções devido a greves de docentes, como aconteceu nos últimos anos por não receberem salários.

Devido à greve dos professores, nos últimos cinco anos as escolas públicas raras vezes abriram as portas em Outubro.

As aulas arrancaram quase sempre em Dezembro ou Janeiro.

noticiasaominuto

Sem comentários:

Enviar um comentário