Amílcar Cabral com a Cármen Pereira
Bissau,07 Jun 16 (ANG) - A morte da veterana de luta pela independência da Guiné-Bissau Cármen Pereira está a dividir os dois governos do país - um empossado, outro demitido, mas que se diz legítimo e que recusa abandonar os cargos.
Cada qual assume, à sua maneira, as exéquias fúnebres da dirigente e figura icónica do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), falecida no sábado.
A Guiné-Bissau tem desde o dia 02 um novo Governo, mas o anterior, demitido pelo chefe de Estado, José Mário Vaz, a 12 de maio, recusa-se a acatar a decisão presidencial e tem-se mantido na sede do executivo.
O executivo recém-nomeado, reunido em conselho de ministros, no domingo, propõe um "funeral de Estado" para Cármen Pereira, considerada "pessoa de bom senso" e que se encontra acima de disputas politicas, de acordo com o comunicado final do encontro.
No mesmo encontro foi criada uma comissão ministerial para tratar do funeral de Cármen Pereira, mas sem que se anuncie a data do mesmo.
O executivo cessante, também reunido em "conselho de ministros" anunciou em comunicado que decretou três dias de luto nacional a contar, a partir de segunda-feira e até quarta-feira, dia do funeral da dirigente que também terá as exéquias do Estado.
A equipa demitida, que continua a ocupar o Palácio do Governo, promete prestar homenagem a Carmen Pereira na Assembleia Nacional Popular (foi a primeira mulher a presidir ao órgão) e na sede do PAIGC.
A veterana que lutou pela independência da Guiné portuguesa morreu no sábado aos 79 anos, em sua casa, em Bissau, vítima de uma indisposição súbita.
ANG/Lusa/Conosaba
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