sexta-feira, 10 de junho de 2016

«OPINIÃO/FUTEBOL» KECÓI QUETA: AFINAL. SANTOS DA CASA SABEM FAZER MILAGRE!


Foto/Seleção: Kecói Queta 

Passados precisamente 55 anos da aventura da selecção da Guiné portuguesa em Gana (Hacra1960), a selecção da Guiné- Bissau esta de novo de volta em “Gabão,” para disputar campeonato da África de 2017, já com jogadores que actuam ou jogam na Europa, comandada por Candé e Romão, a equipa de djurto faz-se representar nesse ano pela segunda vez num certame africano.

Antes disso, Candê, tinha sido indigitado como seleccionador principal, depois de Paulo Torres não ter ganho alguns jogos. Segundo o que consta, foi com muita contestação de alguns sectores que Candê foi indicado seleccionador, numa altura que reinava e reina grande confusão no futebol nacional: as associações em guerra com a liga; a liga em guerra com o governo; o governo em guerra com a federação guineense; uma total rota de colisão entre futebol e política.

Mas, como veremos, foi com sucesso significativo que Candê se estreou no cargo de seleccionador nacional. Para o seu adjunto chamou o Romão, mas quando ele chegou ao auditório da selecção para o primeiro encontro com o plantel, com uma apresentação onde explicou as regras de trabalho, os seus objectivos para o projecto da selecção, o que realmente pretendiam, etc., os jogadores sentiram um discurso forte e claro, nada repetitivo, que entrava muito facilmente, conta-me um dos jogadores que joga em Portugal.

Os primeiros treinos agradaram aos jogadores, que reconheceram em Candê e Romão enormes diferenças relativamente ao seu antecessor, normalmente na importância de trabalhar a posse de bola, na grande variedade dos exercícios, muito relacionados com situações de jogo e na intensidade e elevado ritmo colocado nos treinos, que tinham uma duração curta.

A melhor equipa é aquela onde os respectivos componentes se empenham inteligentemente na conquista dos objectivos a atingir! E de que é que isto depende? Da mobilização que o treinador consiga de todos os elementos dessa equipa, no sentido de colaborarem voluntária e responsavelmente na procura do sucesso colectivo. Da motivação e auto-responsabilização com que todos componentes dessa equipa envolvidos na procura dos objectivos a alcançar. Do sentir por cada um dos jogadores e dirigentes que na velha máxima: um por todos, todos por um, não é figura de retórica, mas sim a base em que assenta o desenvolvimento das tarefas colectivas a levar a cabo. 

O que sei desses dois treinadores, não são ditadores, pois encorajam a liberdade de escolha aos seus jogadores. Eles só conseguirão encontrar o seu verdadeiro potencial se não estiverem presos. A criatividade nos seus jogadores é importante. Amam a parte imprevisível do futebol. Acreditem fortemente que os jogadores têm de se expressar por eles próprios, têm ser capazes de tomar decisões durante o jogo.

Daqui resulta que o jogador deve acreditar no que faz e transformar-se na expressão da fé que anima todo o clube ou selecção desde o mais humilde associado e funcionário até aos membros da direcção. A crença gera biologia. O jogador que acredita que é um dos aspectos fundamentais da alma de uma selecção tem mais força, velocidade, resistência, e impulsão, etc. no entanto, isso que aconteceu com a nossa selecção e conseguiu ser campeão do grupo. 

Ser campeão é algo que valerá a pena termos sido úteis à sociedade e ao meio desportivo em que se processa a nossa acção.

Obrigado mister Candê, obrigado mister Romão e obrigados jogadores.


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