terça-feira, 21 de junho de 2016

ZIMBÁBUE: PRIMEIRA-DAMA, GRACE MUGABE AFIRMOU PUBLICAMENTE QUE O SEU MARIDO FOI INDICADO POR DEUS PARA GOVERNAR ATÉ AO FIM DA VIDA


Em 1996, o casamento de Mugabe com Grace, sua secretária e amante, foi apelidado pela imprensa como boda do século

Zimbabué: Líderes da igreja juntam-se a movimento anti-Mugabe
A primeira-dama do Zimbábue, Grace Mugabe, afirmou publicamente que o seu marido foi indicado por Deus para governar até ao fim da vida, e precisa que ele é “insubstituível”.

“… Tu foste escolhido por Deus porque és fiel a Deus, ele escolheu-te antes de teres nascido”, disse a primeira-dama dirigindo-se aos apoiantes do presidente Robert Mugabe, durante a Marcha de Um Milhão De Homens, realizada no mês passado.

Mas os líderes da igreja parecem ter uma perspetiva diferente. Têm-se tornado cada vez mais críticos das políticas do líder de 92 anos. A tendência parece estar a mudar à medida que a economia do país sofre uma queda, amplamente atribuída à suposta má governação e corrupção de Mugabe.

“Taneta (Estamos cansados)”, disse Tudor Bismack num sermão, no qual lamenta o agravamento da corrupção e alegada má governação e compara o Zimbabué à Quinta Animal de George Orwell. O sermão tornou-se viral nas redes sociais.

Utilizando os exemplos da Bíblia repleta de líderes que tiveram papéis políticos, desde o rei Saul, David, Salomão e muitos mais, os líderes da igreja do Zimbabué têm utilizado vários métodos, para intervir na vida política do país, desde campanhas nos meios de comunicação, redes sociais e confronto direto. Muitos foram penalizados por tentar afastar Mugabe do poder.

Na semana passada, o Destino Divino do Zimbabué (ZDD), Voz Profética Cristã do Zimbabué, Voz Cristã, Comissão Católica para a Justiça e Paz, Aliança Cristã e Rede Oração Zimbabué, entre outros, convocaram uma reunião condenando o regime Mugabe por abusar de direitos dos cidadãos e a implementação de políticas inviáveis.

Alguns clérigos sentem que a tendência da oposição é impulsionada pelo maior acesso à informação através de plataformas mais recentes, como Facebook, Twitter e WhatsApp que são difíceis de censurar comparando com os meios de comunicação tradicionais.

© e-Global/Conosaba

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