domingo, 5 de outubro de 2025

Mortágua "sem comida nem água durante 48 horas" e "numa cela com 12"



Membros do Bloco de Esquerda revelaram as últimas informações dadas pelo cônsul à família da líder do partido, que seguia na flotilha e foi detida por Israel em águas internacionais.

Mariana Mortágua encontra-se numa cela com mais 12 pessoas e, apesar de estar bem fisicamente, está "sem comida nem água", conforme revelou numa mensagem transmitida à família pelo cônsul de Portugal em Israel.

As informações, que estão a ser veiculadas nas redes sociais por outros membros do Bloco de Esquerda, como Fabian Figueiredo e Joana Mortágua, indicam também que a líder do partido "está bem psicológica e fisicamente com a força de sempre", mas "com queixas".

O mesmo já tinha sido revelado hoje pela embaixadora Helena Paiva, que visitou os portugueses esta sexta-feira e "pôde confirmar que todos se encontravam bem de saúde apesar das condições difíceis e duras à chegada ao porto de Ashdod e no centro de detenção".

"Mãe, estou bem, mas não nos tratam bem, sem comida nem água durante 48 horas. Convoquem manifestação", terá pedido a deputada, numa mensagem escrita à mão que foi entregue à mãe da deputada pelo cônsul, que informou ainda que Mariana estaria numa cela com outras 12 pessoas.
Mensagem partilhada pela mãe de Mariana Mortágua
© Instagram/Joana Mortágua

Fonte oficial revelou hoje que os quatro portugueses da Flotilha Global Sumud detidos em Israel estão "bem de saúde, apesar das condições difíceis", mas "queixas várias" motivaram um "protesto imediato" da embaixadora portuguesa em Israel.

A embaixadora Helena Paiva, que visitou hoje os portugueses, "pôde confirmar que todos se encontravam bem de saúde apesar das condições difíceis e duras à chegada ao porto de Ashdod e no centro de detenção", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), numa nota enviada à Lusa.

"Não foram sujeitos a violência física, não obstante queixas várias - queixas estas que levaram a um protesto imediato por parte da embaixadora de Portugal em Israel", segundo o Palácio das Necessidades.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves estão entre os mais de 450 participantes da missão humanitária detidos pelas forças israelitas, que intercetaram entre quarta e quinta-feira as cerca de 50 embarcações que integravam a flotilha.

Portugueses escolheram deportação voluntária

Os quatro portugueses, adiantou a mesma nota, aceitaram ser "deportados de forma voluntária e de imediato" e foram informados que as autoridades israelitas os colocarão "nos primeiros voos disponíveis destinados à Europa, a expensas do Governo israelita, podendo sofrer atrasos devido aos feriados israelitas do SUKKOT".

Neste processo, "serão acompanhados por um funcionário do MNE", acrescentou o ministério tutelado por Paulo Rangel.

Durante a visita da embaixadora e do cônsul, os quatro cidadãos nacionais "foram informados dos seus direitos e da total disponibilidade da embaixada para os apoiar no que for necessário", referiu ainda o MNE.

A nota do Governo português não indica em que local se encontram os detidos, mas, em declarações ao canal português CNN, o embaixador israelita em Lisboa, Oren Rozenblat, disse que os detidos estão numa prisão no deserto de Neguev, no sul de Israel.

"A situação é boa e estão em segurança e com saúde", indicou.

O diplomata israelita também revelou que os portugueses manifestaram a sua intenção de serem deportados, tendo assinado um documento nesse sentido, pelo que "não vão ser presentes a um juiz".

"Sairão em breve", disse ainda, sem especificar a data.

As forças israelitas intercetaram na noite de quarta-feira para quinta-feira a Flotilha Global Sumud, com cerca de 50 embarcações, que se dirigia à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária.

A flotilha, que juntou políticos e ativistas de vários países, partiu de Espanha no início de setembro com o objetivo de quebrar o bloqueio israelita à Faixa de Gaza, assumindo-se como uma "missão de ajuda humanitária pacífica e não violenta".

noticiasaominuto.

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