sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Tensão e detenções marcam campanha eleitoral na Costa do Marfim

Cartazes de campanha eleitoral em Abidjã, 14/10/25 AFP - SIA KAMBOU

A imagem de um país unido depois da vitória da Costa do Marfim na Taça das Nações Africanas, há cerca de ano e meio, esfumou-se na tensão da campanha eleitoral que hoje chega ao fim.

O presidente cessante, Alassane Ouattara, é o grande favorito do sufrágio presidencial de sábado. No poder desde 2011, o político de 83 anos conta ser eleito para um quarto mandato à frente do país que é o primeiro produtor mundial de cacau.

Os seus apoiantes esperam uma vitória logo na primeira volta. Um objectivo que parece ao seu alcance. Os principais opositores, o antigo presidente Laurent Gbagbo e Tidjane Thiam, foram impedidos de participar nas eleições pela justiça e as tentativas de contestação reprimidas. Há registo de três mortos, dois manifestantes e um agente da guarda, e mais de setecentos detidos nos últimos dias.

Apesar do ambiente securitário da campanha eleitoral, apresentam-se quatro candidatos face a Alassane Ouattara, entre eles a ex-mulher de Laurent Gbagbo. A antiga primeira-dama Simone Ehivet espera recuperar os votos dos descontentes, apesar da relação com o ex-marido atravessar um mau momento.

A grande incógnita prende-se com a mobilização eleitoral, em particular da oposição.

Em 2010, as presidenciais que opuseram Laurent Gbagbo a Alassane Ouatara terminaram com meses de confrontos que resultaram na morte de mais de 3 mil pessoas.

Por: João Peseiro com AFP
rfi.fr/pt/

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