domingo, 4 de fevereiro de 2024

PRS CRITICA O SILÊNCIO DA COMUNIDADE INTERNACIONAL FACE À VIOLAÇÃO DA DEMOCRACIA NA GUINÉ-BISSAU


O líder do Partido da Renovação Social (PRS), Fernando Dias da Costa, criticou o silêncio da Comunidade Internacional face àquilo que considera uma violação constante da democracia na Guiné-Bissau.

“Queremos chamar a atenção da comunidade internacional por ter-se remetido ao silêncio em relação às sucessivas violações que estão a acontecer e a democracia está a ser posta em causa na Guiné-Bissau. 

Onde é que estão a União Africana, a CEDEAO, a União Europeia e as Nações Unidas? 

Será que não estão a acompanhar ou não têm representações no país para acompanhar aquilo que está a acontecer neste momento? 

Por que é que vamos aceitar tudo isso…?”, criticou o político para de seguida anunciar a abertura de uma frente única para a salvação da democracia na Guiné-Bissau.

Dias fez estas críticas na sua declaração aos jornalistas este domingo, 04 de fevereiro de 2024, depois da visita efetuada à residência do Coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM), Braima Camará, manifestando solidariedade para com o mesmo devido à detenção de doze dirigentes daquela formação política pelas forças de segurança. Na visita, Fernando Dias fez-se acompanhar do líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), Nuno Gomes Nabian, com o qual assinou recentemente o acordo político denominado “Kumba Lanta”.

A detenção dos dirigentes do MADEM, incluindo o seu deputado Bamba Bandjai foi denunciada pelo deputado daquela formação política, Umaro Djau, na sua página da rede social facebook.

Fernando Dias da Costa disse que não vão permitir que a ditadura seja implementada na Guiné-Bissau, “porque a Guiné-Bissau conhece a democracia há muitos anos e, por isso, não podemos voltar ao regime ditatorial”.

Sobre uma eventual assinatura do acordo político com o MADEM-G 15, explicou que o seu partido está aberto, bem como a aliança “Kumba Lanta” constituída pelo PRS e pela APU-PDGB está aberta para juntar-se a outras formações políticas.

“Em democracia os intervenientes são partidos políticos. Qualquer acordo que achamos que é interessante e que possa dar-nos mais força para que possamos ter mais participação na democracia, vamos assiná-lo, mas de momento não temos nada a pronunciarmo-nos sobre o caso e esta é a primeira vez que estou a ouvir isso. Garanto que o PRS é um partido aberto e com cultura democrática”, disse.

O político mostrou-se determinado para combater a ditadura, assegurando que se “a comunidade internacional compreender que vamos ter que voltar ao regime ditatorial, que nos mande mudar a forma do Estado para que possamos sair da forma republicana e voltarmos ao regime de partido único”.

Questionado sobre as críticas feitas pelos dirigentes dos renovadores a sua liderança e que estão a exigir a marcação de congresso, respondeu que não está preocupado e que o PRS é um partido grande e democrático, afirmando que a sua direção está a trabalhar na implementação das reformas necessárias e que “há pessoas que não têm condições para essa reforma”.

“Dizer que o presidente pretende apropriar-se do partido, é porque desconhecemos este facto, porque todas as decisões ligadas ao partido e a assinatura de acordos passam pela aprovação da comissão política. Se essas decisões foram aprovadas pela comissão política que é oórgão competente para o tal, não vejo onde é que decido sozinho. Estamos em democracia, é normal que cada um profira algumas declarações e a única coisa que lamentamos é que nem toda gente tem noção política”, salientou, afirmando que algumas dessas pessoas estão a ser condicionadas por “mãos ocultas”, acrescentando que “não vamos perder o nosso tempo para responder às questões de barriga ou pessoas que foram compradas para fazer um trabalho”.

Condenou a decisão de limitar a atividade política de algumas formações políticas e permitir que outras organizassem manifestações políticas.

Por sua vez, o líder da APU-PDGB, Nuno Gomes Nabian, disse que todos os partidos políticos têm que contribuir na construção da paz na Guiné-Bissau, afirmando que a política se faz com os partidos políticos.

“Vamos continuar a trabalhar entre nós, partidos, para criar as condições básicas necessárias para que haja tranquilidade e criar condições para o desenvolvimento do nosso país”, referiu.

Solicitado a pronunciar-se sobre as razões por detrás destes acontecimentos que ocorreram na Guiné-Bissau, disse que não querem apontar o dedo a ninguém, frisando que aguardam para informações sobre o sucedido.

Questionado se recebeu alguma notificação do Ministério Público para ser ouvido sobre a denúncia que fez da existência de sinais de muita droga na Guiné-Bissau, disse que na verdade não recebeu nenhuma notificação, contudo garante que, como cidadão e político, está preparado para ir ao Ministério Público.

“Estou disposto a qualquer hora, dia e noite, sobretudo quando acham que é necessário a minha presença no Ministério Público, estou pronto”, assegurou o antigo primeiro-ministro, que também é Conselheiro Político do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afiançando que há uma boa relação entre ele e o chefe de Estado.

Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb

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