sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

«Afinal, quem diz a verdade?» ANP/Deputados negam acusação do Presidente do Tribunal de Contas de que o parlamento rejeitou auditoria


Bissau, 02 Dez 21 (ANG) – Os deputados negaram as recentes acusações do Presidente do Tribunal de Contas segundo as quais a Assembleia Nacional Popular rejeitou a auditoria daquela instituição.

Na auscultação feita hoje pelos jornalistas, o líder da bancada parlamentar do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), Abdu Mané disse que a informação que dá conta que a Assembleia Nacional Popular(ANP) rejeitou a auditoria do Tribunal de Contas é uma tentativa de intoxicação da opinião pública contra o parlamento.

Mané disse que o seu partido não pode aceitar uma espécie de campanha contra a ANP, acrescentando que tem confiança no Conselho de Administração do hemiciclo porque todos os partidos com assento parlamentar tem a representação nesse órgão.

Mané disse que a auditoria é normal e que todos os organismos de Estado devem apresentar as contas a começar pelo próprio Ministério das Finanças.

Disse ainda que a ANP não tem objeção à auditoria, mas há procedimento normal que deve ser respeitado.

O deputado e líder da União para Mudança, Agnelo Regala, disse que a afirmação de que a ANP rejeitou a auditoria do Tribunal de Contas foi um mal entendido, justificando que a sessão está a decorrer e o Conselho de Administração a preparar o orçamento da ANP para o próximo, o que diz ser muita coisa no mesmo tempo.

Regala defende que a auditoria seja feita na ANP assim como também noutros órgãos do Estado “para que de facto haja uma gestão correta e sã da coisa pública”.

Paulo Bodjan, Vice-líder do partido Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) considerou a referida informação de tendenciosa, justificando que a ANP nunca seria um órgão de rejeitar a auditoria.

“Aliás, por inerência, a ANP é um órgão fiscalizador, que acompanha as ações de governação. Por isso, a ANP não tem razão de rejeitar a auditoria. A ANP através do seu Conselho de Administração pediu alguns dias para que sejam compilados os documentos necessários para essa auditoria. Mas está pronta para ser auditada como alguns órgão do Estado”, disse Paulo Bodjan.

Hélder de Barros, do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disse não corresponder a verdade a informação de que a ANP rejeitou a auditoria, justificando que as instituições devem ser tratadas com uma certa dignidade.

Sustentou que os deputados são os primeiros auditores das contas da ANP e que cada um deles tem o direito de fazer perguntas em relação às contas da instituição.

Subscreve contudo que todas a instituições que recebem fundos de Estado sejam auditadas quando necessário.
João Alberto Djata, do Partido da Renovação Social (PRS) disse que a justificação que lhes foram dadas por parte do presidente do Conselho da Administração da ANP, é que devido a mudança das suas instalações, do seu gabinete para um dos hóteis, a auditoria não podia começar na data prevista conforme a agenda que havia sido submetida pelo Tribunal de Contas.

Acrescentou que as instituições da República devem ser dignificadas, justificando que um problema daquele género não pode ser resolvido nos órgãos da comunicação social.

Djata disse que já recomendaram ao Presidente da ANP e do Conselho da Administração no sentido de abrir as portas para que o Tribunal de Contas possa fazer a auditoria.

O Presidente do Tribunal de Contas, Amadú Tidjane Baldé acusou recentemente a ANP de estar a obstruir a auditoria que o tribunal pretende realizar no hemiciclo, na sequência de uma denúncia.

Conosaba/ANG/DMG/ÂC//SG

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