quarta-feira, 6 de março de 2019

«MASCARADOS DE AFRICANOS» DESFILE DE CRIANÇAS "AFRICANAS" EM MATOSINHOS GERA POLÉMICA

O desfile de Carnaval dos alunos da Escola do Godinho, em Matosinhos, gerou críticas e indignação por parte do Bloco de Esquerda. A associação de pais rejeita as acusações de racismo mas o Bloco fala de uma "infantilização da diversidade cultural".


Na passada sexta-feira, os alunos da Escola Básica do Godinho desfilaram pelas ruas de Matosinhos mascarados de "africanos". Para a fantasia, pintaram a cara de preto, vestiram camisolas e calças pretas e usaram perucas e acessórios para a cabeça.

A situação foi denunciada pela página de Facebook "Black Face Portugal", onde é possível ler a informação que a escola publicou no dia antes do desfile.

Na sequência de alguns comentários nas redes sociais a propósito das fotografias dos alunos, a Associação de Pais daquela escola emitiu um comunicado, afirmando que, "no desfile estavam presentes escolas do agrupamento, e foram representadas várias culturas: África, China, Brasil, entre outros, com o objetivo de celebrar a diversidade cultural".

Pode ler-se ainda que o objetivo do trabalho era abordar "conteúdos em sala de aula que pudessem dar a conhecer aos alunos a riqueza cultural de cada povo".

Luís Monteiro, deputado do Bloco de Esquerda, entende esta iniciativa como a "criação de uma ideia de distância daquilo que já deveria ser a nossa realidade". "O facto de existir uma tentativa de representar a cultura africana, é uma forma de racismo invertido", disse.

Acrescentou ainda que as fantasias representam "ideias retrógradas sobre aquilo que é a cultura africana".

"Parece inocente, mas não é", concluiu.

A Associação de Pais da Escola Básica do Godinho lamenta o sucedido."Não foi essa a intenção, nem nunca esteve subjacente, qualquer comportamento racista", garantiu.

Conosaba/jn.pt/



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