terça-feira, 25 de setembro de 2018

«PALAVRAS DO JOMAV» DIA DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL



Dia da Independência Nacional

Hoje celebramos 45 anos sobre o dia memorável, em que em Lugadjol, no Boé Oriental, pela voz do Comandante João Bernardo Vieira, Nino, o nosso Povo proclamou solenemente a Independência da nossa terra, afirmando perante o mundo a soberania da nossa Nação Africana forjada na luta e, cumprindo assim a primeira parte do heroico legado do Camarada Amílcar Cabral.

Este ano o lema escolhido para o Dia Nacional é “Um passado que serve para compreender o presente e construir um futuro prospero”, lema este que nos ajuda a reflectir e juntos trabalhar para o futuro melhor. 

Recordo e evoco hoje, todos os heróis e mártires da Luta pela Independência da nossa pátria, homens e mulheres que ousaram acreditar num sonho e ousaram lutar para que hoje sejamos a República da Guiné-Bissau, com orgulho conquistaram a nossa identidade e a nossa nacionalidade, simbolizado com o nosso hino e a nossa bandeira. 

Por isso, expresso a eterna gratidão da Nação aos nossos heróis, a todos os Combatentes da Liberdade da Pátria e às nossas gloriosas Forças Armadas.

No seu testamento político, Amílcar Cabral estabeleceu que “o objetivo fundamental da nossa luta é a conquista da independência nacional e a construção, na paz e na dignidade reconquistadas, do seu progresso verdadeiro, sob a direção exclusiva dos seus próprios filhos”. 
Hoje, passados 45 anos, o Presidente da República convoca todos os guineenses e sobretudo aos jovens a revisitarmos as palavras do Pai Fundador da nossa Nacionalidade que, iluminando o caminho, nos disse: “nós queremos a independência para sermos homens africanos em marcha para uma vida melhor”.

Instado sobre as razões da independência Amílcar Cabral afirmou, “Nós acreditámos que a nossa independência nos permitirá desenvolver a nossa própria cultura, desenvolvermo-nos a nós próprios, desenvolver o nosso país, libertando o nosso povo da miséria, do subdesenvolvimento e da ignorância”. 
Disse ainda “Nós queremos a independência para fazer no nosso país tudo o que os outros fizeram na terra deles, a fim de criarmos uma vida na qual não sejamos mais explorados pelos estrangeiros, nem pelos próprios africanos”. 
Era há 45 anos, os idiais do nosso saudoso Camarada Amilcar Cabral. Infelizmente, continua a ser também os nossos idiais e o roteiro para a construção de uma pátria de homens e mulheres dignos, na paz, liberdade, justiça e progresso. 

Porém, até hoje, no dia a dia da vida dos guineenses pouco mudou e os valores intrínsecos da independência continuam por realizar devido a falta de ambição para fazer avançar o país.
(...)
O nosso país enfrenta grandes desafios, conseguimos juntos trabalhar para a paz e estabilidade, e agora temos que construir o nosso futuro rumo ao desenvolvimento. 
O futuro que nos almejamos, tem de passar obrigatoriamente pela aposta nos jovens, por sinal, estão melhor preparados para assumir os desafios dos tempos modernos.

Não podemos continuar a preocuparmo-nos somente com o hoje, ou seja, o dia-a-dia, ignorando completamente o crescimento e o desenvolvimento. Isto, só é possível através de boa gestão da coisa pública, sobretudo respeitar o principio do "Dinheiro do Estado no Cofre do Estado". 

E diz o proverbio "saku limpu kata firma" e fazendo paralelismo, com cofre de Estado vazio não podemos fazer nada pelo nosso país, isto é, melhorar as condições do nosso povo a nível da saúde, do ensino, das infraestruturas, energia para todos, desenvolver a agricultura através de mon-na-lama, da fiscalização da nossa zona económica exclusiva, entre outros sectores importantes para o desenvolvimento do nosso país. 
(...)

Tenho dito, ninguém pode fazer mais pelo nosso país do que os seus próprios filhos, temos que acreditar mais em nós e nas nossas capacidades e ter orgulho de ser guineense. 
O Presidente da Republica é um cidadão inconformado com a miséria, o sofrimento e a ignorância a que o nosso povo tem sido votado, após 45 anos de independência. Por isso, ao longo do meu mandato eu tenho-me dedicado à consolidação da paz, ao apaziguamento dos ânimos, à garantia das liberdades individuais e coletivas, ao combate aos males e vícios estruturais da nossa sociedade, nomeadamente à luta contra a corrupção endémica, o nepotismo e os desmandos, para assegurar a realização da justiça, a igualdade e a libertação dos mais pobres e desfavorecidos, fustigados pela exploração e pelas desigualdades.
(...)
Hoje, 45 anos depois da nossa afirmação como Estado, lanço um desafio a cada cidadã e cada cidadão guineense: vamos todos dar as mãos, definir um Novo Rumo e caminhar, juntos, pelo Caminho Certo.

O Novo Rumo que vos proponho é o da construção de uma sociedade baseada no primado das capacidades, da competência e do mérito. Queremos uma sociedade nova, baseada no trabalho para construirmos o nosso futuro a partir do aproveitamento dos nossos próprios recursos, para o bem-estar de todos, na paz, na igualdade, na justiça, na liberdade e na solidariedade. Para tal é fundamental que os guineenses aceitem a unidade nacional, aceitem dialogar, aceitem cooperar uns com os outros e reconheçam que a felicidade de uns não pode ser construída sobre a desgraça de outros.
(...)
Jovens, Mulheres e Homens Guineenses;
As eleições marcadas para o dia 18 de Novembro constituem uma oportunidade soberana para o povo avaliar a prestação dos partidos políticos e a escolha daqueles que entendem que melhor podem servir os seus anseios. As eleições são o momento no qual o povo é chamado a exercer diretamente o poder, que lhe pertence, através da escolha dos seus representantes.

Queria aproveitar este palco por se tratar de um momento importante na vida do nosso país, para apelar aos guineenses, onde quer que estejam, para se recensearem, porque sem recenseamento não poderão exercer o direito de voto, o direito único de se expressarem nas urnas a vossa vontade e afirmação plena da cidadania. É um dos momentos de demonstração de igualdade de oportunidade porque "É Guine ku nô djunta", devemos todos ter o direito de fazer as nossas próprias escolhas. 
(...)
Aproveito igualmente para apelar de que o nosso voto deve ser em consciência e nunca ser objecto de troca quer pelos favores, pela amizade, pelos laços familiares, pela tribo, religião, mas sim, como guineense, que quer colocar no poder alguém capaz de governar o país com total isenção, imparcialidade e garantir igualdade de oportunidade na educação, na saúde e no trabalho, respeitando o princípio "Guiné de todos e para todos".

Igualmente aos políticos faço votos que o período da campanha decorra com serenidade, e que os partidos políticos consigam esclarecer aos guineenses sobre os problemas reais do país e assinalar o caminho e apontando soluções para os problemas identificados, porque discordar não significa insultar.
(...)

Viva os 45 Anos da Independência!
Viva a Democracia!
Gloria Eterna aos Heróis e Mártires da Libertação!
Viva o Povo da Guiné-Bissau!


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