O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, advertiu na quarta-feira, 15 de setembro de 2021, que não se pode continuar a admitir a alteração da ordem constitucional na África Ocidental, apesar de haverem comportamentos anormais, como o de ter uma pessoa com 90 ou 100 anos de idade continuar no poder, ainda como Presidente da República.
Umaro Sissoco Embaló defendeu um limite de idade de, pelo menos, 65 anos e depois a pessoa passa à reforma, dando oportunidade a outras pessoas.
O chefe de Estado informou que neste momento está a trabalhar com os seus pares da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) no sentido de poder transmitir a experiência da Guiné-Bissau em relação às consequências dos sobressaltos ocorridos na vizinha República da Guiné-Conacri e no Mali.
O Presidente da República deixou essas considerações no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, antes de deixar o país a caminho de Acra, Gana, onde deverá participar na Cimeira Extraordinária da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
A cimeira extraordinária de Acra vai analisar a situação no Mali e na Guiné-Conacri que “estão a preocupar a sub-região e ver como podem ser evitados sucessivos golpes de Estado na comunidade e na sub-região”, salientou Embaló.
Sissoco Embaló disse aos jornalistas que sempre condenou um terceiro mandato, sobretudo de um presidente com a idade de Alpha Condé.
“A Guiné-Bissau tem as suas experiências e sabe qual é a consequência de um golpe de Estado, porque aconteceu aqui várias vezes, mas hoje em dia esse ciclo fechou, o que permitiu ao antigo Presidente da República ,José Mário Vaz, completar os cinco anos do seu mandato”, enfatizou.
O chefe de Estado é de opinião que a Guiné-Bissau deve continuar nessa linha de pensamento e permitir que os chefes de Estado eleitos sejam sancionados nas urnas, porque o nome da Guiné-Bissau fez parte da agenda da CEDEAO e da comunidade internacional por vários anos.
“Infelizmente, hoje está a acontecer com a Guiné-Conacri, mas não é fama e muito menos um prazer estar a contar essa história, até não é um bom exemplo para a nossa sub-região”, lamentou.
Questionado sobre a celebração do 24 de setembro, data da independência nacional, Umaro Sissoco Embaló respondeu que a data da independência da Guiné-Bissau será sempre 24 de setembro, mas as celebrações deste ano vão acontecer no dia 16 de novembro, dia das forças armadas guineenses.
O Chefe de Estado justifica a medida, com as chuvas que ainda continuam a cair com intensidade, o decreto de estado de calamidade em curso, como também a participação de outros chefes de Estado no evento.
“Portanto, a informação posta a circular em como tenho a intenção de mudar esta data não corresponde à verdade, porque ninguém pode mudar uma data que está escrita na história do país e nas Nações Unidas”, indicou o chefe de Estado.
Por: Aguinaldo Ampa
Conosaba/odemocratagb
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