O Governo guineense ordenou hoje o recrutamento de médicos militares para fazer face ao boicote laboral de profissionais civis que decorre desde segunda-feira por tempo indeterminado, anunciou o diretor do maior hospital do da Guiné-Bissau.
Segundo Sílvio Coelho, no total foram recrutados seis médicos militares para "salvar vidas" no hospital Simão Mendes, onde se vão ocupar de "doentes em estado crítico".
Os militares são um médico para maternidade, um para serviço de urgência, um para serviço de ortopedia, um da cirurgia para bloco operatório, um dos serviços de reanimação e outro instrumentista.
Os técnicos em greve em todos os hospitais e centros de saúde da Guiné-Bissau reivindicam, entre outros pontos, o pagamento de salários e subsídios em atraso, o seu enquadramento efetivo no chamado estatuto do pessoal de saúde e melhoria de condições nos centros de atendimento aos doentes de covid-19.
O diretor-geral do Simão Mendes confirmou à Lusa a presença de médicos militares nos serviços desde as primeiras horas de hoje.
"Não foi observado o serviço mínimo em nenhum departamento desde o início do boicote e até às 00:00 desta terça-feira. Face à ausência do serviço mínimo, decidimos orientar os pacientes mais críticos a recorrerem aos hospitais e clínicas privados", disse Sílvio Coelho.
O responsável do Simão Mendes confirmou a transferência de doentes deste hospital público para clínicas privadas, nomeadamente seis crianças tiradas da pediatria ainda durante a manhã.
O secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG, central sindical), Júlio António Mendonça, disse à Lusa que os serviços mínimos já estão a ser observados nos hospitais e centros de saúde.
Sobre a presença de médicos militares no Simão Mendes, o sindicalista afirmou que desconhece a situação e também adiantou ainda não ter sido contactado pelo Governo para analisar o boicote de técnicos de saúde.
Conosaba/Lusa
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