O comentador desportivo e ex-candidato à liderança da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), Benelívio Cabral Insalí, afirmou que é uma “desconsideração” ao povo guineense e ao governo, o facto da FFGB decidir marcar o jogo da quarta jornada da fase de qualificação para o Mundial 2022 em Marrocos, na sequência da interdição do Estádio Nacional 24 de Setembro pela Confederação de Futebol Africana (CAF).
“A federação foi poupada do custo de transporte, hotel e alimentação e achou que aquilo era uma boa notícia. Aquilo é, sim, uma falta de “respeito” ao governo e povo guineense”.
“Recentemente testemunhamos um acordo rubricado entre a FFGB e a sua congénere da Gâmbia, poderíamos jogar no Mali, em Cabo-Verde, na Serra Leoa e existem vários sítios que podíamos realizar o jogo frente à seleção marroquina. Esta decisão mostra uma falta de responsabilidade da entidade federativa ao futebol nacional”, afirmou Benelivio Cabral Insali.
Cabral Insalí falava numa entrevista ao Jornal O Democrata, esta semana sobre a decisão da FFGB de agendar o jogo dos ‘Djurtus’ em Marrocos, uma vez que a seleção marroquina é uma das três seleções adversárias dos “Djurtus” do grupo I na luta pela qualificação para o Mundial 2022, a realizar-se no Qatar. No mês de Outubro próximo a selecção nacional vai jogar a dupla jornada de qualificação da zona africana para a competição.
Segundo uma nota da FFGB a que O Democrata teve acesso, na terceira jornada Marrocos recebe a Guiné-Bissau e na quarta é a vez de a Guiné-Bissau receber o Marrocos no mesmo palco do anterior jogo entre as duas selecções.
Perante o cenário, o comentador desportivo e crítico do atual órgão executivo da FFGB admite que a decisão de jogar em Marrocos, vai beneficiar a seleção local, que pode alcançar seis pontos nesta dupla jornada frente à Guiné-Bissau.
“A grande verdade é que as pessoas devem assumir a responsabilidade condignamente, embora não diga que não podemos vencer a seleção marroquina, mas a partida ninguém pode admitir isso, mesmo se for a federação das bonecas. Agora questiono onde está a flexibilidade ou agentes que estão nas estruturas da federação de futebol com sabedoria”, acrescentou.
Segundo explicação de Insali, o argumento apresentado pela instituição liderado por Carlos Mendes Teixeira “Caíto”, através de uma nota muito vaga, mas o futuro ditará a verdade. ‘’Deveriam anexar as alegadas notas emitidas pelo Senegal e pela Mauritânia, na qual terão dito que não poderiam acolher o jogo da Guiné-Bissau”, sublinhou Cabral Insalí.
Na opinião de Cabral Insalí, a atual direção do organismo carece de relações e diplomacia com os seus parceiros internacionais.
Em nota emitida na última sexta-feira, a FFGB informou que terá feito diligências para que o jogo frente a Marrocos tivesse lugar noutro palco, mas tal não foi possível.
Inserida no grupo I, a seleção nacional iniciou a campanha para o mundial do Qatar no Estádio Olímpico da Mauritânia, porque o recinto nacional não tem condições para acolher jogos oficiais do calendário da FIFA devido a falta de condições.
Segundo informações apuradas pela secção desportiva do Democrata, já iniciou os trabalhos de reabilitação do Estádio Nacional 24 de Setembro.
Os “Djurtus” lideram provisoriamente o grupo com 4 pontos, fruto de um empate a uma bola frente à Guiné-Conacri e uma vitória por 4 a 2 contra o Sudão do Norte.
Por: Alison Cabral
Conosaba/Conosaba/odemocratagb
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