Oito diretores de todos os serviços do principal hospital da Guiné-Bissau, Simão Mendes, em Bissau, demitiram-se hoje das suas funções por discordarem da forma como os seus lugares foram ocupados por militares recrutados pelo Governo.
Os técnicos de saúde pública guineense iniciaram, na segunda-feira, um boicote "por tempo indeterminado", sem prestar serviço mínimo, deixando os doentes nos hospitais e centros de saúde sem assistência.
Perante a situação, que o Governo considerou de criminosa, foram chamados médicos militares para atender os doentes no Simão Mendes.
Os diretores dos serviços agora demissionários endereçaram hoje uma carta ao diretor-geral do hospital, Sílvio Coelho, para mostrar a sua insatisfação pela forma como os seus lugares foram ocupados por colegas militares.
"Fomos surpreendidos e sem nenhuma informação prévia com a ocupação dos nossos serviços por técnicos militares", lê-se na carta enviada ao diretor-geral do Simão Mendes, a que a Lusa teve acesso.
Os diretores demissionários são os dos serviços de urgência, ortotraumatologia, medicina interna, cirurgia geral, anestesia e blocos, cuidado intensivo, pediátrico e maternidade.
Entre outras exigências, os técnicos de saúde reivindicam o pagamento de salários e subsídios em atraso, o seu enquadramento efetivo no chamado Estatuto do Pessoal de Saúde e melhoria de condições nos centros de atendimento aos doentes de covid-19.
Conosaba/Lusa
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