O líder do parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, defendeu hoje que a classe política "mergulhou o país na instabilidade constante e conflitos", o que impossibilita a realização dos anseios da população.
O presidente da Assembleia Nacional Popular (parlamento) fez este pronunciamento numa mensagem dirigida aos guineenses, em véspera do dia em que se celebra o 48.º aniversário da proclamação da independência nacional.
"Não soubemos, enquanto legítimos representantes do povo guineense, congregar toda a nação à volta dos ideais que serviram de mote à proclamação da independência nacional. Perante este quadro assombroso em que nos encontramos, impõe que trabalhemos todos juntos, superando as nossas clivagens políticas e diferenças pessoais, em prol da realização do bem comum" disse Cipriano Cassamá.
O dirigente lamentou que o país esteja a celebrar a data da independência num momento em que ocorrem várias greves de funcionários públicos que reclamam salários em atraso e melhorias de condições de trabalho.
Para Cipriano Cassamá, os desígnios da independência não foram atingidos até agora.
"Este dia é celebrado numa altura em que o país está mergulhado numa profunda crise social, com ondas sucessivas de greves em toda a administração pública guineense, e cujo abandono do serviço por parte dos técnicos de saúde constitui o seu epicentro", apontou Cassamá.
O presidente do parlamento guineense exortou a classe política a proceder a "uma inflexão do rumo", no relacionamento com a população e ainda a "gerir melhor a coisa pública".
Cipriano Cassamá convidou a classe política a admitir que "o percurso coletivo foi manchado" devido aos sobressaltos ocorridos no país da independência a esta parte, o que colocou em causa as conquistas dos combatentes pela liberdade da pátria.
Cassamá disse ser fundamental uma reflexão "sobre o papel do representante face ao representado".
"Pedimos ao povo que confiasse em nós a sua representação, mas imediatamente à nossa eleição esquecemos o nosso papel de o representar condignamente", observou o líder do parlamento guineense.
Conosaba/Lusa
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