quinta-feira, 9 de setembro de 2021

RENTE-COMUM DENUNCIA INTENÇÃO DE ALGUNS DIRETORES DE ESCOLAS PÚBLICAS DE RETIRAR HORÁRIOS A PROFESSORES QUE ADERIRAM À GREVE

O porta-voz da Frente Nacional de Professores e Educadores (Frente-Comum), denunciou esta terça-feira, 7 de setembro de 2021, que alguns diretores das escolas públicas querem retirar horários letivos aos professores que aderiram à greve, alegando que estes não têm direito de ter acesso a horários.

A denúncia foi tornada pública por Seni Djassi, porta-voz da Frente Comum, em conferência de imprensa conjunta com o sindicato de estivadores e armazenistas da Guiné-Bissau.

Seni Djassi revelou que a tentativa de retirar horários aos professores grevistas envolve delegados e inspetores regionais, sobretudo em São Domingos.

“Os diretores e delegados regionais de São Domingos e algumas regiões reuniram-se com os professores, pais e encarregados de educação dos alunos e chegaram a um consenso. Enviaram uma carta ao Ministério da Educação a solicitar autorização para integrar a escola em regime de autogestão” denunciou e considerou a intenção “ilegal”.

Djassi lamentou que os professores tenham aceito o modelo de autogestão e transformar a profissão de professorado em empresa com fim lucrativo.

Perante esta situação, Djassi garantiu aos professores que aderiram à greve que fiquem tranquilos, porque “ têm um processo legal”.

“Qualquer diretor que avançar com este processo assumirá as consequências, porque a Guiné-Bissau é um Estado de direito democrático’’.

O porta-voz da Frente Comum exortou o governo no sentido de reunir-se com os sindicatos para ultrapassar a situação de greves na função pública e garantir que o próximo ano letivo não seja comprometido.

Em relação ao processo de recrutamento de novos professores ‘’sem preparação pedagógica e didática’’, o porta-voz disse que a sua organização sindical já enviou uma carta, na qual apela ao Ministério da Educação mais paciência, contenção, rigor e transparência no processo, porque” nem todos podem ser professor”.

Por sua vez, Murido Ié, representante dos sindicatos de Estivadores e Armazenistas de Guiné-Bissau, frisou que a preocupação da sua organização tem a ver com os seus associados que estão a trabalhar há mais de 18 anos sem nenhum contrato assinado com o Estado.

Por: Carolina Djemé/Conosaba/odemocratagb
Fotos:C.D

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