O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou a todas as partes envolvidas nas eleições presidenciais deste domingo em São Tomé e Príncipe para que privilegiem o diálogo e se abstenham de quaisquer atos de violência.
"O secretário-geral tem acompanhado de perto o processo eleitoral presidencial em São Tomé e Príncipe e observa que a primeira volta foi conduzida pacificamente", afirma Stéphane Dujarric, porta-voz de António Guterres, numa declaração divulgada na sexta-feira.
Esta é a primeira vez que um secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) se pronuncia sobre um ato eleitoral em São Tomé e Príncipe na véspera das eleições, segundo fonte da organização.
Na mesma mensagem, o líder da ONU congratula-se com a assinatura, pelos dois candidatos à segunda volta, de um "código de conduta" durante a campanha eleitoral.
"Encoraja todos os envolvidos a continuarem a utilizar o diálogo e a estabelecer canais legais para a resolução de disputas, e a absterem-se de quaisquer atos de violência", refere ainda a nota da ONU.
Além disso, saúda "os esforços da Comunidade Económica dos Estados da África Central [CEEAC] para ajudar a construir uma via pacífica para a estabilidade a longo prazo no país, nomeadamente através do destacamento de um enviado especial".
O antigo ministro das Relações Exteriores angolano Manuel Augusto encontra-se em São Tomé e Príncipe, numa missão de "bons ofícios", por aquela organização regional ter entendido que existia a necessidade de "um acompanhamento mais próximo, como resultado do litígio, quase uma mini-crise".
O processo eleitoral para a escolha do sucessor de Evaristo Carvalho no Palácio da Presidência atrasou-se quase um mês, devido a um impasse no Tribunal Constitucional sobre a recontagem de votos pedida pelo terceiro classificado, o presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, a que se seguiu um diferendo entre os diferentes partidos quanto à marcação da data da segunda volta.
O mandato do Presidente cessante terminou esta sexta-feira, mas Evaristo Carvalho anunciou que se mantém no cargo até à posse do sucessor.
Carlos Vila Nova (apoiado pelo partido Ação Democrática Independente, oposição) venceu a primeira volta das eleições presidenciais, realizada a 18 de julho, com 43,3% dos votos, enquanto Guilherme Posser da Costa (do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata, no poder) teve 20,7%.
Conosaba/Lusa
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