O Coletivo dos Técnicos afetos ao Centro de Tratamento da Covid-19 do Hospital Nacional Simão Mendes iniciaram na quarta-feira, 08 de setembro de 2021, uma paralisação, por tempo indeterminado, de todos os serviços ligados ao centro.
Os técnicos exigem a devolução dos valores subtraídos dos subsídios e melhores condições de trabalho, numa altura que estão internados no centro 13 doentes de covid-19, dos quais 8 em estado crítico. A greve afetou também o posto de triagem (tenda de despistagem) instalado no mesmo hospital.
Em entrevista ao semanário O Democrata, Saibano Nhaga, médico clínico geral frisou que o levantamento da greve dependerá da resposta do Alto Comissariado para a Covid-19 (AC), porque “o coletivo está decidido a não ceder até que sejam devolvidos os valores retirados sem um prévio esclarecimento”.
“A decisão de subtrair subsídios aos técnicos envolvidos na luta contra a Covid-19 apenas aconteceu com os técnicos afetos ao Centro de Tratamento de Covid-19 do Hospital Nacional Simão Mendes”, denunciou.
Nhaga revelou que o coletivo manteve, na terça-feira, uma reunião que durou três horas com o AC para evitar que a greve tivesse lugar, mas sem sucesso e criticou o AC por não ter conseguido esclarecer as razões por que foi subtraído 60 por cento do valor total de subsídios, de acordo com a grelha fixada pelo próprio AC.
“O AC disse que apenas decidiu pagar os dias úteis dasemana, porque não tem solução imediata para o nosso caso”, disse.
O coletivo exige do Alto Comissariado a devolução do valor subtraído dos três meses, nomeadamente: abril, maio e junho, a atualização de subsídios de motivação em atraso, melhores condições de trabalho e materiais necessários, de forma a diminuir a carga de trabalho dos técnicos que cuidam dos doentes imobilizados e a afetação de um psicólogo ao centro devido a delicadeza da doença.
“Acordamos com o Alto Comissariado que pagaria a cada médico clínico geral 250 mil francos CFA, para os enfermeiros fixou-se o valor de 225 mil francos e os especialistas têm também os seus subsídios fixados” notou, acrescentando que receberam subsídios neste valor nos meses anteriores.
Em reação, a Alta Comissária para o combate à covid-19 na Guiné-Bissau, Magda Robalo, afirmou hoje a possibilidade de recrutar médicos disponíveis para substituir os técnicos em greve no centro de covid-19 do hospital nacional Simão Mendes, com o intuito de salvar vidas de pacientes em risco de morte.
A médica reconhece que a paralisação do centro criará um impacto muito grande nos doentes internados, porque deixarão de receber atendimentos e assistência médica, por isso apela ao bom senso dos técnicos, tendo-se mostrado disponível para negociar e encontrar soluções às reivindicações dos técnicos.
Entretanto, O Democrata apurou que desde o início da doença cerca de 50 técnicos envolvidos na luta contra acovid-19 (tendas de despistagem, laboratório, clínicos e agentes da morgue) no hospital nacional Simão Mendes ficaram infetados.
Por: Epifânia Mendonça
Conosaba/odemocratagb
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