Os membros do governo demitido da Guiné-Bissau que se recusam a sair do palácio do executivo há 14 dias estão desde terça-feira proibidos de receber alimentos, disse hoje à Lusa um dos ocupantes do edifício governamental.
De acordo com a fonte, a polícia, que patrulha o perímetro do palácio do governo, diz ter "ordens superiores" para apenas deixar passar água e nada mais.
"Desde ontem à noite [terça-feira] que só recebemos água por intermédio de um padre" da Igreja Católica guineense, indicou Wasna Danfa, ministro da Energia do governo demitido a 12 de maio pelo chefe de Estado, José Mário Vaz, mas que se recusa a acatar a ordem.
Um outro elemento do grupo indicou à Lusa que estão a alimentar-se com enlatados e pão que compram "quase às escondidas", diariamente.
"Querem que morramos à fome", declarou um outro elemento do grupo que voluntariamente ocupa o palácio do Governo como forma de protesto por considerar inconstitucional o executivo empossado na última semana pelo Presidente da República, contra a vontade do PAIGC, partido vencedor das eleições de 2014.
No grupo encontram-se deputados, elementos do governo cessante e funcionários estatais.
Ainda de acordo com as mesmas fontes, a polícia, a mando do governo em exercício, retirou, na noite de terça-feira, os seguranças que estavam afetos aos governantes demitidos.
A polícia que patrulha o acesso ao palácio proibiu hoje a entrada do cortejo fúnebre de Carmen Pereira, combatente pela luta de independência, como era pretensão dos elementos do governo demitido, que pretendiam render-lhe homenagem.
Lusa/Conosaba
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